“Em todos esses livros da Sagrada Escritura, os homens tementes a Deus, e apaziguados pela piedade, buscam a vontade de Deus. A primeira observação a ser feita quanto a essa busca e empreendimento é, como já dissemos, tomar conhecimento dos Livros santos. Se, a princípio, não se conseguir apreender o sentido todo, pelo menos fazer a leitura e confiar à memória as santas palavras. De toda forma, nunca ignorar por completo os Livros sagrados. Em seguida, se há de verificar com grande cuidado e diligência os preceitos morais e as regras de fé que a Escritura propõe com clareza. Encontram-se tão mais abundantemente, quanto maior for a abertura do entendimento de quem busca, visto que nas passagens que a Escritura oferece com clareza encontram-se todos os preceitos referentes à fé e à prática, à esperança e ao amor, sobre os quais tratamos no primeiro livro. Tendo então adquirido certa familiaridade com a linguagem das divinas Escrituras, devemos prosseguir examinando as passagens obscuras em vista de as esclarecer e explicar. Chega-se lá tomando exemplos de textos mais claros. Assim, o testemunho das sentenças de sentido certo fará desaparecer a dúvida das sentenças de sentido incerto. Em todo esse trabalho, a memória é de grande valor, pois, se ela falhar, não serão os preceitos que a poderão despertar”. (Agostinho de Hipona, A Doutrina Cristã, Livro 2, Capítulo 9)
Sobre a Perspicuidade (Clareza) da Escritura na Confissão de Fé de Westminster:
“Na Escritura, não são todas as coisas igualmente claras em si, nem do mesmo modo evidentes a todos (2 Pedro 3:16); contudo, as coisas que precisam ser obedecidas, cridas e observadas para a salvação, em um ou outro lugar da Escritura são tão claramente apresentadas e explicadas, que não só os doutos, mas ainda os indoutos, no devido uso dos meios ordinários, podem alcançar uma suficiente compreensão delas (Salmo 119:109,130)”. (Confissão de Fé de Westminster 1:7)
Sobre a Analogia da Fé na Confissão de Fé de Westminster::
“A regra infalível de interpretação da Escritura é a própria Escritura; portanto, quando houver questão sobre o verdadeiro e pleno sentido de qualquer texto da Escritura (sentido que não é múltiplo, mas único), esse texto pode ser estudado e compreendido por outros textos que falem mais claramente (2Pe 1:20,21; At 15:15,16)”. (Confissão de Fé de Westminster 1:9)