Dias de Festa: O Tempo e o Modo São Importantes, Não Somente o Tema

“Guarda-te, que não te esqueças do SENHOR, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão”. (Deuteronômio 6:12)

“Guarda-te que não te esqueças do SENHOR teu Deus, deixando de guardar os seus mandamentos, e os seus juízos, e os seus estatutos que hoje te ordeno” (Deuteronômio 8:11)

Como dissemos em outro artigo, o esquecimento de Deus e dos mandamentos de Deus é um pecado contra o primeiro mandamento (cf. CMW, P. 105). Por causa de nossa natureza pecaminosa, temos a tendência natural de esquecer (Números 15:39). Os dias de festa, como a Festa da Páscoa e a Festa dos Pães Ázimos, eram meios de graça estabelecidos por Deus no Velho Testamento para santificar o homem desse pecado (cf. Êxodo 12:14-17, 41-42; 13:3-10). O objetivo deste artigo é demonstrar que, aos olhos de Deus, o dia específico em que essas festas aconteciam e também o modo de celebrá-las era importante, não somente o tema da celebração.

Para entender melhor, vamos considerar a Festa da Páscoa e a Festa dos Pães Ázimos. Em Êxodo 12, o Senhor explica que o objetivo da celebração da Páscoa e dos Pães Ázimos era preservar entre os israelitas a memória da graciosa libertação da escravidão do Egito. Mas o importante para Deus não era somente que a libertação da escravidão do Egito fosse celebrada. Deus queria que fosse celebrada nos dias específicos que ele determinou: “No mês primeiro, aos catorze do mês, pela tarde, é a páscoa do SENHOR. E aos quinze dias deste mês é a festa dos pães ázimos do SENHOR; sete dias comereis pães ázimos”. (Levítico 23:5-6) O importante não era somente o tema da festa (a libertação de Israel da escravidão do Egito). O importante não era somente o fato de que aquele acontecimento, a libertação da escravidão do Egito, estava sendo celebrado. Deus queria que a celebração acontecesse em um dia específico. Deus queria que a Páscoa fosse celebrada especificamente no dia 14, não no dia 13 ou no dia 10. No caso da Páscoa, ele determina até mesmo o horário que a celebração tinha que começar e a duração que ela poderia ter (eles tinham que começar à tarde, no pôr do sol, e tinham que terminar de comer antes do dia terminar – antes de entrar no dia 15):

“Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Aos dez deste mês tome cada um para si um cordeiro, segundo as casas dos pais, um cordeiro para cada família. Mas se a família for pequena para um cordeiro, então tome um só com seu vizinho perto de sua casa, conforme o número das almas; cada um conforme ao seu comer, fareis a conta conforme ao cordeiro. O cordeiro, ou cabrito, será sem mácula, um macho de um ano, o qual tomareis das ovelhas ou das cabras. E o guardareis até ao décimo quarto dia deste mês, e todo o ajuntamento da congregação de Israel o sacrificará à tarde. E tomarão do sangue, e pô-lo-ão em ambas as ombreiras, e na verga da porta, nas casas em que o comerem. E naquela noite comerão a carne assada no fogo, com pães ázimos; com ervas amargosas a comerão. Não comereis dele cru, nem cozido em água, senão assado no fogo, a sua cabeça com os seus pés e com a sua fressura. E nada dele deixareis até amanhã; mas o que dele ficar até amanhã, queimareis no fogo. Assim pois o comereis: Os vossos lombos cingidos, os vossos sapatos nos pés, e o vosso cajado na mão; e o comereis apressadamente; esta é a páscoa do SENHOR“. (Êxodo 12:3-11)

No livro de Números, lemos sobre o caso de alguns israelitas que não puderam participar no dia determinado por Deus em Êxodo 12 porque estavam cerimonialmente imundos:

“E falou o SENHOR a Moisés no deserto de Sinai, no ano segundo da sua saída da terra do Egito, no primeiro mês, dizendo: Celebrem os filhos de Israel a páscoa a seu tempo determinado. No dia catorze deste mês, pela tarde, a seu tempo determinado a celebrareis; segundo todos os seus estatutos, e segundo todos os seus ritos, a celebrareis. Disse, pois, Moisés aos filhos de Israel que celebrassem a páscoa. Então celebraram a páscoa no dia catorze do primeiro mês, pela tarde, no deserto de Sinai; conforme a tudo o que o SENHOR ordenara a Moisés, assim fizeram os filhos de Israel. E houve alguns que estavam imundos por terem tocado o corpo de um homem morto; e não podiam celebrar a páscoa naquele dia; por isso se chegaram perante Moisés e Arão naquele mesmo dia; e aqueles homens disseram-lhe: Imundos estamos nós pelo corpo de um homem morto; por que seríamos privados de oferecer a oferta do SENHOR a seu tempo determinado no meio dos filhos de Israel? E disse-lhes Moisés: Esperai, e eu ouvirei o que o SENHOR vos ordenará. Então falou o SENHOR a Moisés, dizendo: Fala aos filhos de Israel, dizendo: Quando alguém entre vós, ou entre as vossas gerações, for imundo por tocar corpo morto, ou achar-se em jornada longe de vós, contudo ainda celebrará a páscoa ao SENHOR. No mês segundo, no dia catorze à tarde, a celebrarão; com pães ázimos e ervas amargas a comerão. Dela nada deixarão até à manhã, e dela não quebrarão osso algum; segundo todo o estatuto da páscoa a celebrarão“. (Números 9:1-13)

Aqui nós vemos, novamente, que Deus se preocupava tanto com o dia específico em que a festa acontecia como com o modo de celebrá-la. Pois a ordem de Deus foi que “a seu tempo determinado a celebrareis (no dia e no horário específico determinado por ele); segundo todos os seus estatutos, e segundo todos os seus ritos, a celebrareis (do modo ordenado por ele)”. Além disso, quando alguns israelitas não puderam participar, eles não tiveram a liberdade para celebrar no dia que achassem melhor. Moisés teve que consultar o Senhor e foi o próprio Senhor quem determinou outro dia para quem não conseguisse celebrar no dia original. Foi o que aconteceu no tempo do rei Ezequias:

“Depois disto Ezequias enviou mensageiros por todo o Israel e Judá, e escreveu também cartas a Efraim e a Manassés para que viessem à casa do SENHOR em Jerusalém, para celebrarem a páscoa ao SENHOR Deus de Israel. Porque o rei tivera conselho com os seus príncipes, e com toda a congregação em Jerusalém, para celebrarem a páscoa no segundo mês. Porquanto não a puderam celebrar no tempo próprio, porque não se tinham santificado sacerdotes em número suficiente, e o povo não se tinha ajuntado em Jerusalém. E isto pareceu bem aos olhos do rei, e de toda a congregação”. (2 Crônicas 30:1-4)

Isso significa que um israelita não poderia argumentar o seguinte: “O dia específico não importa. O que importa é que eu estou celebrando o que Deus fez por nosso povo, independentemente do dia em que eu celebro“. E ele também não poderia dizer: “O meu jeito de celebrar não importa. Cada um celebra da maneira que acha melhor. Deus está preocupado é com o coração, não com ritos. Isso é coisa de religioso“.

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