O Princípio Regulador do Culto Foi Ab-Rogado Sob a Nova Aliança?

O que é o Princípio Regulador do Culto? A Confissão de Fé de Westminster explica:

“A luz da natureza mostra que há um Deus que tem domínio e soberania sobre tudo, que é bom e faz bem a todos, e que, portanto, deve ser temido, amado, louvado, invocado, crido e servido de todo o coração, de toda a alma e de toda a força; mas o modo aceitável de adorar o verdadeiro Deus é instituído por ele mesmo e tão limitado pela sua vontade revelada, que não deve ser adorado segundo as imaginações e invenções dos homens ou sugestões de Satanás nem sob qualquer representação visível ou de qualquer outro modo não prescrito nas Santas Escrituras.” (Confissão de Fé de Westminster, 21:1)

Esse princípio é ensinado em diversas passagens do Velho Testamento:

ÊXODO 39
(42) Conforme a tudo o que o SENHOR ordenara a Moisés, assim fizeram os filhos de Israel toda a obra.

DEUTERONÔMIO 5
(32) Olhai, pois, que façais como vos mandou o SENHOR vosso Deus; não vos desviareis, nem para a direita nem para a esquerda.

DEUTERONÔMIO 12
(32) Tudo o que eu te ordeno, observarás para fazer; nada lhe acrescentarás nem diminuirás.

JOSUÉ 1
(7) Tão somente esforça-te e tem mui bom ânimo, para teres o cuidado de fazer conforme a toda a lei que meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies, nem para a direita nem para a esquerda, para que prudentemente te conduzas por onde quer que andares.

Com base nisso, o Senhor Jesus condenou todas as formas de adoração que não tinham origem nas Sagradas Escrituras, mas somente em uma autoridade humana:

MATEUS 15
(9) Mas, em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens.

Alguns argumentam que esse princípio vigorava somente no período do Velho Testamento, que era somente no tempo do Velho Testamento que a adoração precisava seguir de maneira estrita o que estava escrito, mas que agora, no tempo do Novo Testamento, não estamos mais presos à “letra”. Na epístola aos Colossenses, Paulo refutou essa ideia:

COLOSSENSES 2
(6) Como, pois, recebestes o Senhor Jesus Cristo, assim também andai nele,
(7) Arraigados e edificados nele, e confirmados na fé, assim como fostes ensinados, nela abundando em ação de graças.
(8) Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo;
(9) Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade;
(10) E estais perfeitos nele, que é a cabeça de todo o principado e potestade;
(11) No qual também estais circuncidados com a circuncisão não feita por mão no despojo do corpo dos pecados da carne, a circuncisão de Cristo;
(12) Sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos.
(13) E, quando vós estáveis mortos nos pecados, e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-vos todas as ofensas,
(14) Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz.
(15) E, despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo.
(16) Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados,
(17) Que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo.
(18) Ninguém vos domine a seu bel-prazer com pretexto de humildade e culto dos anjos, envolvendo-se em coisas que não viu; estando debalde inchado na sua carnal compreensão,
(19) E não ligado à cabeça, da qual todo o corpo, provido e organizado pelas juntas e ligaduras, vai crescendo em aumento de Deus.
(20) Se, pois, estais mortos com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que vos carregam ainda de ordenanças, como se vivêsseis no mundo, tais como:
(21) Não toques, não proves, não manuseies?
(22) As quais coisas todas perecem pelo uso, segundo os preceitos e doutrinas dos homens;
(23) As quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade, e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum senão para a satisfação da carne.

Aqui o apóstolo Paulo fala sobre a ab-rogação da forma de adoração do Velho Testamento. A circuncisão foi ab-rogada (v. 11) e o culto do templo de Jerusalém também foi (v. 16). Contudo, o povo de Deus não recebeu liberdade para inventar o que quisesse. A circuncisão foi substituída pelo batismo (v. 12-12) e o templo de Jerusalém, que era o lugar da habitação especial de Deus (Êxodo 25:9), foi substituído por Cristo (v. 9) e pela Igreja, o povo que está em Cristo e o tem como cabeça (v. 19). Isso já havia sido profetizado por Jeremias.

Imediatamente depois de falar sobre ab-rogação da forma de adoração do Velho Testamento, o apóstolo fala contra aqueles que, no tempo do Novo Testamento, querem introduzir formas de adoração sem base na Palavra de Deus. Esse é o sentido das palavras do verso 22: “segundo os preceitos e doutrinas dos homens“. Paulo fala sobre os preceitos e doutrinas dos homens de maneira negativa pelo mesmo motivo que Cristo na passagem que já citamos: “Mas, em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens.” Como está escrito também no Velho Testamento, no livro de Isaías: “Porque o Senhor disse: Pois que este povo se aproxima de mim, e com a sua boca, e com os seus lábios me honra, mas o seu coração se afasta para longe de mim e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, em que foi instruído” (Isaías 29:13). O princípio, tanto no Velho quanto no Novo Testamento, é claramente o mesmo: são inaceitáveis todas as formas de adoração que não são ordenadas por Deus. O princípio não pode ter sido anulado no tempo do Novo Testamento porque Paulo fala sobre o mesmo princípio imediatamente depois de falar sobre o fim da forma de adoração do Velho Testamento. A forma externa de adoração do Velho Testamento foi ab-rogada, mas não o princípio de que a adoração tem que ser baseada na Palavra de Deus e que não deve se basear em mandamentos de homens.

No verso 8 e também a partir do verso 18, Paulo fala sobre os pretextos que os homens utilizam para introduzir formas de adoração que Deus não ordenou:

COLOSSENSES 2
(8) Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo;
(18) Ninguém vos domine a seu bel-prazer com pretexto de humildade e culto dos anjos, envolvendo-se em coisas que não viu; estando debalde inchado na sua carnal compreensão,

Argumentos filosóficos, tradições humanas, aparência de humildade, supostas profecias (“coisas que não viu”) não são suficientes para estabelecer a maneira correta de servir Deus, pois essas coisas não passam de “preceitos e doutrinas dos homens” (v. 22) que “não são de valor algum senão para a satisfação da carne” (v. 23).

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