Os Fracos e os Fortes

“Ora, quanto ao que está enfermo na fé, recebei-o, não em contendas sobre dúvidas.” (Romanos 14:1)

Em Romanos 14, o apóstolo Paulo deu instruções sobre como lidar com o “enfermo na fé” (v. 1), que ele também chama de “fraco” (v. 2). O “fraco” e “enfermo na fé”, no contexto de Romanos 14, é alguém que é um verdadeiro cristão, um legítimo filho de Deus, alguém que Deus verdadeiramente “recebeu por seu” (v. 3), mas que, por diferentes razões, ainda não alcançou um entendimento correto sobre determinadas verdades da fé cristã, o que acaba o levando a tomar algumas atitudes equivocadas. Esses fracos e enfermos, diz Paulo, não agiam com má-fé. Eles estavam legitimamente se esforçando para agradar ao Senhor (v. 6). O problema deles era a falta de entendimento. Por isso, não deveriam ser condenados como ímpios (v. 4). Deveriam ser respeitados como irmãos que simplesmente precisavam de instrução e tempo para deixar de ser fraco e amadurecer. Se alguém era um verdadeiro irmão, alguém que buscava fazer a vontade de Deus com sinceridade, tratar essa pessoa como ímpia seria seria “julgar o servo alheio” em vez de confiar que “poderoso é Deus para o firmar” (v. 4), isto é, que Deus é poderoso para conduzi-lo à maturidade.

Para deixar mais claro o que ele queria dizer, Paulo deu dois exemplos. O primeiro exemplo era relacionado à comida:

ROMANOS 14
(2) Porque um crê que de tudo se pode comer, e outro, que é fraco, come legumes.
(3) O que come não despreze o que não come; e o que não come, não julgue o que come; porque Deus o recebeu por seu.

Aqui Paulo fala de dois posicionamentos divergentes: “um crê que de tudo se pode comer” e “outro, que é fraco, come legumes”. É importante observar que Paulo não está dizendo que os dois posicionamentos eram corretos. Quando ele diz que o “outro” que “come legumes” é “fraco“, ele está implicitamente dizendo que ele estava errado. A intenção de Paulo não era dizer que as duas posições eram igualmente corretas, mas era dizer que o fraco, mesmo estando errado, deveria ser respeitado como um verdadeiro irmão, pois ele não agia com má-fé, mas só precisava de tempo e estudo para deixar de ser fraco e amadurecer.

Mas por que o fraco entendia que não deveria comer carne? Devemos ter o cuidado de interpretar o texto de acordo com seu sentido original. No contexto original, a motivação desses irmãos que não comiam carne não era a mesma da maioria dos veganos ou vegetarianos modernos. Em nossos dias, a maioria das pessoas que se tornam tornam veganas entendem que é errado matar um animal para comer. Nas igrejas apostólicas, a discussão era outra. A motivação deles era o medo de cometer o pecado da idolatria:

1 CORÍNTIOS 8
(1) Ora, no tocante às coisas sacrificadas aos ídolos, sabemos que todos temos ciência. A ciência incha, mas o amor edifica.
(2) E, se alguém cuida saber alguma coisa, ainda não sabe como convém saber.
(3) Mas, se alguém ama a Deus, esse é conhecido dele.
(4) Assim que, quanto ao comer das coisas sacrificadas aos ídolos, sabemos que o ídolo nada é no mundo, e que não há outro Deus, senão um só.
(5) Porque, ainda que haja também alguns que se chamem deuses, quer no céu quer na terra (como há muitos deuses e muitos senhores),
(6) Todavia para nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por ele.
(7) Mas nem em todos há entendimento; porque alguns até agora comem, no seu costume para com o ídolo, coisas sacrificadas ao ídolo; e a sua consciência, sendo fraca, fica contaminada.
(8) Ora a comida não nos faz agradáveis a Deus, porque, se comemos, nada temos de mais e, se não comemos, nada nos falta.
(9) Mas vede que essa liberdade não seja de alguma maneira escândalo para os fracos.
(13) Por isso, se a comida escandalizar a meu irmão, nunca mais comerei carne, para que meu irmão não se escandalize.

O problema que havia era o seguinte: a maioria das pessoas do Império Romano eram pagãs e idólatras. Sendo assim, se você fosse comprar carne em um açougue, havia grandes chances de que, antes mesmo de chegar no açougue, aquela carne tinha sido consagrada a um falso deus. Então, na maioria dos casos, a única maneira de ter certeza de que você não estaria ingerindo um alimento que tinha sido consagrado a um ídolo era parando de comer carne. O “outro, que é fraco, [só] come legumes” (Romanos 14:3) não porque ele entendia que comer carne era pecado, mas porque ele entendia que ele não deveria comer nenhuma carne que, antes de chegar no açougue, tinha sido consagrada a um ídolo. Ele entendia que se ele comesse, ele estaria participando da idolatria.

O apóstolo Paulo explicou porque a linha de raciocínio deles estavam errado. Ele explicou, primeiro, que esses deuses, na verdade, não existem. “Sabemos que o ídolo nada é no mundo, e que não há outro Deus, senão um só” (v. 4). Depois, ele citou o Salmo 24 para explicar que os cristãos tinham o direito de comer a carne daqueles animais porque eles, na verdade, pertenciam ao Senhor, não aos ídolos. “Porque a terra é do Senhor e toda a sua plenitude” (1 Coríntios 10:26; cf. Salmo 24:1). Além disso, ele explicou que comer carne sacrificada a ídolos só é realmente pecado se comermos com a intenção de honrar o ídolo, isto é, como um ato de culto ao ídolo:

1 CORÍNTIOS 10
(15) Falo como a entendidos; julgai vós mesmos o que digo.
(16) Porventura o cálice de bênção, que abençoamos, não é a comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos não é porventura a comunhão do corpo de Cristo?
(17) Porque nós, sendo muitos, somos um só pão e um só corpo, porque todos participamos do mesmo pão.
(18) Vede a Israel segundo a carne; os que comem os sacrifícios não são porventura participantes do altar?
(19) Mas que digo? Que o ídolo é alguma coisa? Ou que o sacrificado ao ídolo é alguma coisa?
(20) Antes digo que as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios, e não a Deus. E não quero que sejais participantes com os demônios.
(21) Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios; não podeis ser participantes da mesa do Senhor e da mesa dos demônios.
(22) Ou irritaremos o Senhor? Somos nós mais fortes do que ele?

Em outras palavras, Paulo proibe os cristãos de praticarem a idolatria, sacrificando animais em honra aos ídolos. Ele diz que, no contexto da idolatria, os cristãos não deveriam comer. O problema, então, não era o próprio ato de comer, mas era o ato de comer em honra ao ídolo. Por isso, o apóstolo Paulo fala tanto nesses capítulos sobre a “consciência” (1 Coríntios 8:7,10,12; 10:25,25,27-29). O problema não estava na própria carne, mas na consciência do idolatra que cria em um deus falso e comia do sacrifício em honra ao falso deus. Sendo assim, não seria pecado comer caso o cristão comesse para a glória de Deus, sabendo que “a terra é do Senhor, e toda a sua plenitude” (1 Coríntios 10:26,28; cf. Salmo 24:1) e que “meu é todo animal da selva, e o gado sobre milhares de montanhas” (Salmo 50:10), mesmo que aquele animal, antes de chegar no açougue, tivesse sido consagrado a um ídolo. Em outras palavras, Paulo cria que a soberania do verdadeiro Deus sobre os animais não deixava de ser real quando o animal era consagrado a um ídolo. Deus era real, o ídolo não. O animal pertencia a Deus, não ao idólo. Portanto, seus filhos tinham o direito de comer. O problema estava na depravação da mente do idólatra, na consciência corrompida do idólatra, não no próprio animal. Contudo, “nem em todos há entendimento” (1 Coríntios 8:7). Alguns irmãos não tinham toda essa compreensão. Eles queriam agradar a Deus e, no entendimento limitado deles, se eles comessem a carne que os pagãos vendiam, eles estariam participando da idolatria. Por isso, Paulo diz:

ROMANOS 14
(2) Porque um crê que de tudo se pode comer, e outro, que é fraco, come legumes.
(3) O que come não despreze o que não come; e o que não come, não julgue o que come; porque Deus o recebeu por seu.

Como já foi dito, em Romanos 14, Paulo deu dois exemplos de enfermos na fé e fracos. Esse primeiro exemplo envolve um gentio – alguém que era pagão e idólatra, não adorava o Deus de Israel, mas se converteu ao Evangelho e agora serve a Jesus. Por causa de seu passado idólatra, essa pessoa não quer ter mais nenhum vínculo com a idolatria. Como seu entendimento ainda não é maduro, se ele comer carne, sabendo de onde veio aquela carne, sabendo que a carne veio do templo pagão que ele frequentava, “a sua consciência, sendo fraca, fica contaminada” (1 Coríntios 8:7). Por isso, Paulo diz: “O que come não despreze o que não come” porque, na limitação dele, é “para o Senhor [que ele] não come, e dá graças a Deus” (Romanos 14:3,6).

O segundo exemplo que Paulo dá envolve um judeu, não um gentio:

ROMANOS 14
(5) Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente seguro em sua própria mente.

O fraco aqui é o que “faz diferença entre dia e dia” e o forte é o que “julga iguais todos os dias“. Novamente, devemos ter o cuidado de interpretar o texto de acordo com seu sentido original. No contexto original, o que estava sendo discutido nas igrejas era a necessidade de guardar os dias santos do Velho Testamento:

LEVÍTICO 23
(1)  Disse o SENHOR a Moisés:
(2)  Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: As festas fixas do SENHOR, que proclamareis, serão santas convocações; são estas as minhas festas.
(3)  Seis dias trabalhareis, mas o sétimo será o sábado do descanso solene, santa convocação; nenhuma obra fareis; é sábado do SENHOR em todas as vossas moradas.
(4)  São estas as festas fixas do SENHOR, as santas convocações, que proclamareis no seu tempo determinado:
(5)  No mês primeiro, aos catorze do mês, no crepúsculo da tarde, é a Páscoa do SENHOR.
(6)  E aos quinze dias deste mês é a Festa dos Pães Asmos do SENHOR; sete dias comereis pães asmos.
(7)  No primeiro dia, tereis santa convocação; nenhuma obra servil fareis;
(8)  Mas sete dias oferecereis oferta queimada ao SENHOR; ao sétimo dia, haverá santa convocação; nenhuma obra servil fareis.

Levítico 23 apresenta diversos dias que tinham que ser santificados pelos crentes do Velho Testamento. Primeiro, os crentes do Velho Testamento tinham que guardar um dia da semana em cada sete (v. 3) e, nesse dia, ele tinha que frequentar o culto público (“santa convocação”), o que o Novo Testamento chama de “sinagoga“. Depois, no dia 14 do primeiro mês, ele tinha que celebrar a páscoa, comendo um cordeiro, pães asmos e ervas amargas (Êxodo 12:8). Depois, do dia 15 ao dia 21, ele tinha que passar sete dias celebrando a festa dos pães asmos (v. 6). Durante a festa dos pães asmos, ele tinha que comer pães asmos todos os dias. Além disso, ele tinha que frequentar o culto público (“santa convocação”) no dia 15 e depois no dia 21. Ao longo do ano, havia diversas outras festas (Levítico 23:9-44). Cada festa tinha dias específicos de culto público, sacrifícios específicos que tinham que ser realizados, cerimônias específicas que tinham que ser observadas, às vezes havia alimentos específicos que tinham que ser comidos, etc. Sob o Novo Testamento, foi ab-rogada a obrigação de guardar esses dias:

COLOSSENSES 2
(16) Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados,
(17) Que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo.

Aqui Paulo está se referindo aos dias santos de Levítico 23. Sua forma de se referir a essas datas e celebrações é parecida com a forma que encontramos em muitas passagens do Velho Testamento. Alguns exemplos:

1 CRÔNICAS 23
(27)  Porque, segundo as últimas palavras de Davi, foram contados os filhos de Levi de vinte anos para cima.
(28)  O cargo deles era assistir os filhos de Arão no ministério da Casa do SENHOR, nos átrios e nas câmaras, na purificação de todas as coisas sagradas e na obra do ministério da Casa de Deus,
(29)  a saber, os pães da proposição, a flor de farinha para a oferta de manjares, os coscorões asmos, as assadeiras, o tostado e toda sorte de peso e medida.
(30)  Deviam estar presentes todas as manhãs para renderem graças ao SENHOR e o louvarem; e da mesma sorte, à tarde;
(31)  e para cada oferecimento dos holocaustos do SENHOR, nos sábados, nas Festas da Lua Nova e nas festas fixas, perante o SENHOR, segundo o número determinado;
(32)  e para que tivessem a seu cargo a tenda da congregação e o santuário e atendessem aos filhos de Arão, seus irmãos, no ministério da Casa do SENHOR.

2 CRÔNICAS 31
(2)  Estabeleceu Ezequias os turnos dos sacerdotes e dos levitas, turno após turno, segundo o seu mister: os sacerdotes e levitas, para o holocausto e para as ofertas pacíficas, para ministrarem e cantarem, portas a dentro, nos arraiais do SENHOR.
(3)  A contribuição que fazia o rei da sua própria fazenda era destinada para os holocaustos, para os da manhã e os da tarde e para os holocaustos dos sábados, das Festas da Lua Nova e das festas fixas, como está escrito na Lei do SENHOR.

NEEMIAS 10
(32) Também sobre nós pusemos preceitos, impondo-nos cada ano a terça parte de um siclo, para o ministério da casa do nosso Deus;
(33) Para os pães da proposição, para a contínua oferta de alimentos, e para o contínuo holocausto dos sábados, das luas novas, para as festas solenes, para as coisas sagradas, e para os sacrifícios pelo pecado, para expiação de Israel, e para toda a obra da casa do nosso Deus.

Então, como Paulo explica em Colossenses 2, a necessidade de guardar esses dias foi ab-rogada sob a nova aliança. Quando Paulo disse, “ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber” (Colossenses 2:16), ele não estava dizendo que ninguém poderia ser criticado por ser um beberrão (1 Coríntios 5:11; 6:10), por ser um glutão (Romanos 13:13; Gálatas 5:21) ou por profanar a ceia do Senhor (1 Coríntios 11:34). Ele estava se referindo especificamente ao comer e beber que eram ordenados para os dias de festa: “São estas as festas fixas do SENHOR, que proclamareis para santas convocações, para oferecer ao SENHOR oferta queimada, holocausto e oferta de alimentos, sacrifício e libações, cada qual em seu dia próprio” (Levítico 23:37). “Libações” eram ofertas envolvendo bebidas. Por exemplo, sobre a lua nova, a Lei diz:

NÚMEROS 28
(11) E nos princípios dos vossos meses oferecereis, em holocausto ao SENHOR, dois novilhos e um carneiro, sete cordeiros de um ano, sem defeito;
(12) E três décimas de flor de farinha misturada com azeite, em oferta de alimentos, para um novilho; e duas décimas de flor de farinha misturada com azeite, em oferta de alimentos, para um carneiro.
(13) E uma décima de flor de farinha misturada com azeite em oferta de alimentos, para um cordeiro; holocausto é de cheiro suave, oferta queimada ao SENHOR.
(14) E as suas libações serão a metade de um him de vinho para um novilho, e a terça parte de um him para um carneiro, e a quarta parte de um him para um cordeiro; este é o holocausto da lua nova de cada mês, segundo os meses do ano.

É sobre isso que Paulo fala na passagem de Romanos 14: “Um faz diferença entre dia e dia…” O fraco que fazia diferença entre dia e dia era o judeu, que passou sua vida tendo que diferenciar entre os dias comuns e os dias de festa, entre o dia da páscoa (onde ele tinha que comer um cordeiro) e o primeiro dia de pães asmos (em que ele não comeria um cordeiro), entre os dias de pães asmos em que ele era proibido de trabalhar (dias 15 e 21) e os dias de pães asmos em que ele poderia trabalhar (dos dias 16 ao 20), entre o dia da expiação e a festa dos tabernáculos, etc. Tendo passado sua vida inteira fazendo essas distinções com base em textos do Velho Testamento, ele ainda não entendia que esses dias tinham sido ab-rogados sob a nova aliança. O forte entendia e, por isso, “julga iguais todos os dias” (Romanos 14:5). O sentido não é que ele não faz absolutamente nenhuma distinção de tempo, mas somente que ele não guarda os dias específicos de Levítico 23. Ele julgava que não havia distinção entre o primeiro e o segundo dia de pães asmos, entre o primeiro e o segundo dia da festa dos tabernáculos, entre o dia da expiação e um dia comum, etc. Ou seja, o forte entendia que ele não precisava mais guardar os dias santos da aliança mosaica, ele entendia que todos esses dias eram iguais.

Quando Paulo diz logo em seguida, “cada um esteja inteiramente seguro em sua própria mente” (Romanos 14:5), a intenção não era dizer que as duas opiniões eram igualmente válidas e, por isso, cada um deveria se apegar ao que achava melhor. Se Paulo chama o judeu que guardava os dias do Velho Testamento de “fraco“, ele está implicitamente dizendo que ele estava errado. Sua intenção não era dizer que as duas posições eram igualmente corretas, mas era explicar que o fraco, mesmo estando errado, deveria ser respeitado como um verdadeiro irmão, pois ele não agia com má-fé. Sendo assim, quando Paulo diz, “cada um esteja inteiramente seguro em sua própria mente”, o sentido não é dizer que os dois deveriam estar plenamente convictos de que sua posição era a correta, não é dizer que os fracos, mesmo estando errados, poderiam continuar na convicção do erro sem amadurecer, mas era dizer que o fraco, mesmo tendo um entendimento equivocado sobre esse assunto, poderia ter convicção de que ele pertencia ao Senhor, de que sua salvação estava segura. A segurança não é em relação à posição equivocada (de que os dias do Velho Testamento deveriam ser guardados), mas é em relação ao que é dito no verso 3: “porque Deus o recebeu por seu.” E também no verso 4: “Quem és tu, que julgas o servo alheio? Para seu próprio senhor ele está em pé ou cai. Mas estará firme, porque poderoso é Deus para o firmar.” Ou seja, sua segurança no Senhor não poderia depender de uma certeza de que todas as suas convicções eram perfeitas. “Cada um esteja inteiramente seguro em sua própria mente” de que, mesmo que você tenha um posicionamento que seja fraco e errado, se você tem verdadeira fé no Senhor, se o seu desejo é agradar o Senhor com sinceridade, se você não se posiciona assim por má-fé, então você pertence ao Senhor e o Senhor é poderoso para fortalecer você, ele não abandonará você por causa da sua fraqueza.

Nos dois exemplos que Paulo dá, as difuldades que ele cita envolvem questões relacionadas ao culto e a adoração. Quando uma pessoa se torna cristã, ela precisa aprender a adorar a Deus da maneira que Cristo nos ensinou através dos apóstolos (1 Tessaloniscenses 4:1-2). No início da conversão, as pessoas ainda estão em processo de romper com o seu passado religioso. O primeiro exemplo de Paulo é o de um gentio tentando romper com o seu passado idólatra. E o segundo exemplo é o de um judeu que precisa romper com a forma de culto do Velho Testamento. A lição de Paulo era que judeus e gentios precisavam se unir sob a nova aliança (Romanos 3:29-31; cf. Gálatas 3:27-29). Ao mesmo tempo, o processo de transição não era fácil e, por isso, um precisava ser compreensivo com a dificuldade do outro. A lição de Romanos 14, então, continua sendo muito importante para os nossos dias. Todo mundo que se converte tem um um histórico de vida e tem um determinado passado religioso e as igrejas precisam ser ter sabedoria e compaixão para ajudar essas pessoas na transição – sem negociar a verdade, mas também sem receber “ao que está enfermo na fé… em contendas sobre dúvidas” (Romanos 14:1).

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