Porque o Calendário Litúrgico Fere os Quatro Atributos da Igreja

Em outro artigo, apresentamos diversos argumentos para explicar porque, à luz das Sagradas Escrituras, a Igreja não deve promover nenhuma das festas do calendário litúrgico. Agora, queremos demonstrar que um dos problemas com o calendário litúrgico é que ele fere os quatro atributos da Igreja. Quais são esses quatro atributos? O Credo Niceno corretamente ensina: “Cremos na Igreja, una, santa, universal e apostólica“. Esses quatro atributos não foram inventados pelos teólogos de Nicéia, mas são ensinados em toda a Bíblia e, especialmente, na primeira epístola do apóstolo Paulo aos Coríntios:

“Paulo (chamado apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus) [apostolicidade], e o irmão Sóstenes, À igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados santos [santidade], com [unidade] todos os que em todo o lugar [universalidade] invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso.” (1 Coríntios 1:1-2)

APOSTOLICIDADE

1 CORÍNTIOS 1
(11)  Pois a vosso respeito, meus irmãos, fui informado, pelos da casa de Cloe, de que há contendas entre vós.
(12)  Refiro-me ao fato de cada um de vós dizer: Eu sou de Paulo, e eu, de Apolo, e eu, de Cefas, e eu, de Cristo.

Um dos principais problemas da Igreja de Corinto era que eles não entendiam a apostolicidade da Igreja. O que significa dizer que a Igreja é apostólica? Significa que a doutrina de Cristo foi transmitida pela Igreja através dos apóstolos. A doutrina de Cristo é a doutrina que ele recebeu do Pai. “Jesus lhes respondeu, e disse: A minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou” (João 7:16). “Porque eu não tenho falado de mim mesmo; mas o Pai, que me enviou, ele me deu mandamento sobre o que hei de dizer e sobre o que hei de falar” (João 12:49). A doutrina que Cristo recebeu do Pai, ele transmitiu aos apóstolos: “Eu lhes tenho transmitido as palavras que me deste, e eles as receberam, e verdadeiramente conheceram que saí de ti, e creram que tu me enviaste… Eu lhes tenho dado a tua palavra, e o mundo os odiou, porque eles não são do mundo, como também eu não sou” (João 17:8,14). Os apóstolos, por sua vez, foram comissionados por Cristo para transmitir a doutrina de Cristo à Igreja: “Seguiram os onze discípulos para a Galiléia, para o monte que Jesus lhes designara. E, quando o viram, o adoraram; mas alguns duvidaram. Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado” (Mateus 28:16-20). Como os próprios apóstolos disseram: “Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei” (1 Coríntios 11:23). “As coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor” (1 Coríntios 14:37). “Vós bem sabeis que mandamentos vos temos dado pelo Senhor Jesus” (1 Tessaloniscenses 4:2). “O que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos” (1João 1:3).

Ora, se Cristo nunca ensinou nada que ele não recebeu do Pai e se os apóstolos não tinham autoridade para ensinar nada que eles não receberam de Cristo, como alguns poderiam dizer “eu sou de Paulo, e eu, de Apolo, e eu, de Cefas [Pedro]” (1 Coríntios 1:12)? Se a doutrina dos apóstolos era a doutrina que eles receberam de Cristo, não poderia haver diferença entre o que Paulo ensinava e o que Pedro ensinavam. Se Paulo e Pedro ensinavam a mesma doutrina, os coríntios pecavam quando falavam como se os próprios apóstolos tivessem dado origem a diferentes linhas teológicas. “Acaso, Cristo está dividido?” (1 Coríntios 1:13). Não, não está. Portanto, “seja eu [Paulo] ou sejam eles [os doze apóstolos], assim pregamos e assim crestes” (1 Coríntios 15:11). Há uma só fé apostólica, um único sistema de doutrinas revelado aos apóstolos por Jesus Cristo.

Esse é o significado de confessar que a Igreja é apostólica. Significa confessar que a doutrina que os apóstolos transmitiram à Igreja – a doutrina que os apóstolos receberam de Cristo e que Cristo recebeu do Pai – é a única regra de fé e prática da Igreja. Em muitas partes de 1 Coríntios, essa importante verdade é reafirmada. Do princípio ao fim, o objetivo de Paulo é convencer os Coríntios a deixar de lado ordenanças humanas para se apegar exclusivamente à regra apostólica: “Por esta causa, vos mandei Timóteo, que é meu filho amado e fiel no Senhor, o qual vos lembrará os meus caminhos em Cristo Jesus, como, por toda parte, ensino em cada igreja” (1 Coríntios 4:17). “Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo. De fato, eu vos louvo porque, em tudo, vos lembrais de mim e retendes as tradições assim como vo-las entreguei” (1 Coríntios 11:1-2). “Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei” (1 Coríntios 11:23). “As coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor” (1 Coríntios 14:37). “Irmãos, venho lembrar-vos o evangelho que vos anunciei, o qual recebestes e no qual ainda perseverais; por ele também sois salvos, se retiverdes a palavra tal como vo-la preguei, a menos que tenhais crido em vão. Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi…” (1 Coríntios 15:1-3)

O calendário litúrgico fere a apostolicidade da Igreja porque os apóstolos não ensinaram a Igreja a guardar o calendário litúrgico. Os apóstolos não ensinavam que os dias específicos que a Igreja guarda são irrelevantes. Os apóstolos ensinavam que todas as dias santos do Velho Testamento – a páscoa, o dia de pentecostes, o dia da expiação, a festa dos tabernáculos, etc. – foram ab-rogados sob a nova aliança mediante a morte e a ressurreição de Jesus Cristo (Colossenses 2:16-17; Gálatas 4:10) e, para a nova aliança, eles instituíram somente o “dia do Senhor” (Apocalipse 1:10) no “primeiro dia da semana” (Atos 20:7; 1 Coríntios 16:1). Eles não instituíram as festas do calendário litúrgico. Ora, se Cristo nunca ensinou nada que ele não recebeu do Pai e se os apóstolos não tinham autoridade para ensinar nada que eles não receberam de Cristo, então a Igreja não pode ter autoridade para ensinar o que quiser, mas somente aquilo que recebeu de Cristo através dos apóstolos.

UNIDADE

Em 1 Coríntios, a apostolicidade e a unidade da Igreja são atributos intimamente interligados. Quando os coríntios falavam como se os apóstolos tivessem dado origem à diferentes linhas teológicas, eles se dividiam em suas crenças e práticas, como se cada um estivesse seguindo um apóstolo diferente: “Refiro-me ao fato de cada um de vós dizer: Eu sou de Paulo, e eu, de Apolo, e eu, de Cefas, e eu, de Cristo. Acaso, Cristo está dividido? ” (1 Coríntios 1:12-13). Mas se os apóstolos não tinham autoridade para ensinar nada que eles não receberam de Cristo, então só poderia haver uma única doutrina apostólica, que é a doutrina de Cristo. Ou seja, em 1 Coríntios, Paulo condenou o pluralismo teológico e ordenou que a Igreja se esforçasse para preservar a unidade da doutrina de Cristo, que é a doutrina que recebemos dos apóstolos:

“Rogo-vos, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma coisa e que não haja entre vós divisões; antes, sejais inteiramente unidos, na mesma disposição mental e no mesmo parecer.” (1 Coríntios 1:10)

Todos os cristãos da cidade de Corinto – na verdade, os cristãos do mundo inteiro – deveriam crer nas mesmas coisas porque a autêntica fé cristã não é fruto de especulações humanas, onde há espaço para a divergência, mas está fundamentado na revelação divina, que é una e absoluta:

“A minha palavra, e a minha pregação, não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e de poder; para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus… Falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina…” (1 Coríntios 2:4-5)

A fé deve ser una porque a verdade revelada procede de um só Deus, um só Cristo, um só Espírito Santo. Negar isso é sectarismo. Essa é a base de muitas críticas que Paulo faz aos coríntios ao longo de toda a carta:

No capítulo 11, quando ele dá ordens sobre a maneira correta de proceder no culto público, um dos argumentos do apóstolo é que as igrejas Corinto não tinham o direito de estabelecer um costume que era diferente do que era praticado por todas as outras igrejas: “Mas, se alguém quiser ser contencioso, nós não temos tal costume, nem as igrejas de Deus” (1 Coríntios 11:16). Em outras palavras, ao alterar um elemento da ordem apostólica de culto, perdia-se um pouco da unidade entre as igrejas de Corinto e as igrejas de outras partes do mundo.  Isso prova que a unidade da Igreja inclui a unidade na forma de adorar. Em seguida, ainda no mesmo capítulo, ele enfatiza que deveria haver unidade na celebração da Ceia do Senhor (1 Coríntios 11:17-34). Quando ele fala sobre a Ceia do Senhor, novamente, podemos constatar que a apostolicidade da Igreja é a base da sua unidade: “Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei…” (1 Coríntios 11:23) Ou seja, para que houvesse unidade nas igrejas dos coríntios, eles deveriam preservar naquilo que os apóstolos ensinaram, não alterando a forma apostólica de culto. O que os apóstolos ensinaram, eles receberam do Senhor, diferentes dos costumes inventados pelos próprios coríntios, que tinham origem na mente do próprio homem.

No capítulo 12, Paulo reforça a ideia de unidade ao ensinar que “o corpo é um” (1 Coríntios 12:12), pois “o Espírito é o mesmo” (1 Coríntios 12:4). Se a Igreja é o corpo de Cristo e se há um só corpo, então o corpo de Cristo não é a igreja local. O corpo de Cristo é a igreja universal (καθολικόςkatholikos) e a igreja local é somente um membro desse corpo. “Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também” (1 Coríntios 12:12). A unidade do corpo, fundamentada na unidade do Espírito, prova que as igrejas dos coríntios não poderiam continuar a manter práticas que tinham origem no homem e não no Espírito e que eram diferentes das práticas das igrejas do mundo inteiro.

No capítulo 14, o apóstolo volta a enfatizar a importância da unidade na forma de adoração das igrejas: “… como em todas as igrejas dos santos” (1 Coríntios 14:33). Ou seja, o que os coríntios deveriam fazer no culto público era o mesmo que as outras igrejas deveriam fazer. Em seguida, ele novamente enfatiza que a apostolicidade era o fundamento da unidade: “Porventura saiu dentre vós a palavra de Deus? Ou veio ela somente para vós? Se alguém cuida ser profeta, ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor” (1 Coríntios 14:36-37).

O calendário litúrgico fere a unidade da Igreja porque faz com que existam divergências sobre os dias de festa da Igreja. No segundo século, por exemplo, aconteceram muitas brigas e divisões na Igreja porque os cristãos não conseguiam concordar sobre a data correta da celebração de uma versão cristã da páscoa. Alguns entendiam que a páscoa cristã deveria ser celebrada na mesma data que a páscoa mosaica, podendo cair em diferentes dias da semana a cada ano. Outros entendiam que a páscoa cristã tinha que ser sempre no domingo. Mas a verdade é que os apóstolos não estabeleceram nenhuma celebração pascal anual. Os apóstolos ensinaram que a festa da páscoa era uma festa da aliança mosaica e, por isso, não deveria ser celebrada sob a nova aliança (Colossenses 2:16-17; Gálatas 4:10), mas em nenhum momento eles estabeceleram uma nova festa pascal anual para o povo de Deus sob a nova aliança.  Como a chamada páscoa cristã não é apostólica não foi instituída pelos apóstolos – não é possível chegar a consenso apostólico sobre o tempo e o modo correto de celebrar. Toda discussão sobre isso é uma discussão sobre meras opiniões e preferências humanas, não sobre o que Cristo, a cabeça da Igreja, revelou ao seu corpo, a Igreja. Ao longo dos séculos, diversas outras festas foram sendo inventadas, como a festa do Natal, o que aumenta ainda mais a divisão da Igreja. Para se defender, muitos chegam a usar os mesmos argumentos dos coríntios, de que a Igreja não precisa ter unidade litúrgica. Outros chegam a dizer que os diferentes costumes tem origem nos próprios apóstolos. Argumentam que cada apóstolo foi pregar em um lugar diferente e estabeleceram ritos e cerimônias diferentes. Tudo isso foi refutado por Paulo em sua primeira epístola aos coríntios. Ele mostra que há uma única regra de fé e prática apostólica e que todos os apóstolos ensinavam a mesma regra de fé e a mesma forma de adoração em todas as igrejas.

UNIVERSALIDADE

Como já deixamos implícito, a apostolicidade e a unidade da Igreja têm relação direta com sua universalidade (catolicidade). Se há uma única doutrina apostólica, então todas as igrejas do mundo devem seguir o mesmo padrão doutrinário. O calendário litúrgico fere a universalidade  da Igreja porque cada tradição denominacional passa a inventar quais dias devem celebrados e a maneira correta de celebrar. Enquanto alguns cristãos celebram o Natal somente no dia 25 de dezembro, outros dizem que o Natal deve ser celebrado por um período de doze dias, e outros dizem que deve ser celebrado no mês de janeiro do nosso calendário (como, por exemplo, a Igreja Genuína Ortodoxa). Por que essas divergências existem na igreja universal? Porque são datas inventadas pelo homem, não estabelecidas por Deus. Sob a aliança mosaica, Deus mandou que todo o seu povo passasse oito dias por ano pensando e refletindo especialmente na libertação da escravidão do Egito, sempre nas mesmas datas do ano (Êxodo 12; Levítico 23:5-8), mas em nenhum lugar ele determinou que, a cada dia 25 de dezembro, toda a Igreja cristã deveria dar ênfase especial para a encarnação e o nascimento do Filho de Deus. O calendário litúrgico, portanto, estabelece uma visível falta de unidade na Igreja do mundo inteiro. A verdadeira catolicidade, então, é preservar a celebração do único dia que os apóstolos instituíram para a Igreja da nova aliança, que é o “dia do Senhor” (Apocalipse 1:10) no “primeiro dia da semana” (Atos 20:7; 1 Coríntios 16:1) em vez de fazer como Jeroboão, instituir um dia que “ele tinha imaginado no seu coração” (1 Reis 12:33). Alguns chegam a ficar irados com seus irmãos por não celebrar os seus dias e as cerimônias preferidos, mas nunca param para pensar que esses dias e cerimônias ferem a universalidade da fé, pois Jesus mandou que ensinássemos as “nações” (Mateus 28:19) a “guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado” (v. 20), não a guardar coisas que ele não mandou e que foram inventados por homens sem autoridade apostólica.

SANTIDADE

A santidade da Igreja não é obra humana. É obra do Espírito de Deus. “E porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis” (Ezequiel 36:27). Não sendo obra humana, o Espírito de Cristo utiliza as ordenanças instituídas por Cristo para santificar seu povo, mas não utiliza ordenanças instituídas pelo homem (Mateus 15:9; Colossenses 2:22). Sob a aliança mosaica, ele utilizava os dias de festa ordenados por Moisés para santificar o homem porque eram dias instituídos por Deus. Como o calendário lutúrgico não foi instituído por Deus, não é um meio eficaz de santificação. “Preceitos e doutrinas dos homens”, disse Paulo, podem até ter “alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade, e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum senão para a satisfação da carne” (Colossenses 2:23).

O calendário litúrgico, sendo um preceito humano, atrapalha a santificação da Igreja. Por exemplo, é possível que, em uma determinada igreja, o povo esteja precisando ouvir pregações que explicam a doutrina da ressurreição. Se os pastores da igreja tivessem orado a Deus, pedindo discernimento do Espírito, eles teriam percebido essa necessidade. Mas se, em vez de orar pedindo discernimento, eles simplesmente seguem a tradição humana do calendário litúrgico, eles vão concluir que, no dia 25 de dezembro, eles não devem pregar um sermão enfatizando a doutrina da ressurreição. Eles têm que pregar um sermão enfatizando a doutrina da encarnação e do nascimento do Verbo. Assim, o pastor deixará de pregar sobre o que a Igreja realmente precisa para aquele momento, e isso vai atrapalhar o processo de santificação da Igreja. Por mais importante que seja a doutrina da encarnação e nascimento do Verbo, Deus não estabeleceu que, a cada dia 25 de dezembro, esse necessariamente teria que ser o assunto central de todos os cultos do mundo inteiro. Ele também não estabeleceu que o mês de maio é o mês de enfatizar questões relacionadas à família, uma tradição evangélica mais recente. Não é suficiente pregar a verdade. É necessário pregar a verdade no momento correto, de acordo com a necessidade. E a maneira apostólica de determinar o que deve ser pregado é primariamente através da oração, pedindo a Deus para ser capacitado a discernir cada situação com sabedoria (Colossenses 4:2-6). “Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo” (Provérbios 25:11).

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