Mediante o estabelecimento da nova aliança, foram ab-rogados os dias específicos que, sob a aliança mosaica, deveriam ser guardados como dias de descanso e de culto. Em outras palavras, mediante o estabelecimento da nova aliança, os dias específicos que Moisés, por ordem do Senhor, mandou que fossem guardados pelo povo de Deus, não devem ser mais guardados:
LEVÍTICO 23
(1) Disse o SENHOR a Moisés:
(2) Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: As festas fixas do SENHOR, que proclamareis, serão santas convocações; são estas as minhas festas.
As festas eram:
O Sábado Semanal
(3) Seis dias trabalhareis, mas o sétimo será o sábado do descanso solene, santa convocação; nenhuma obra fareis; é sábado do SENHOR em todas as vossas moradas.
A Festa da Páscoa
(4) São estas as festas fixas do SENHOR, as santas convocações, que proclamareis no seu tempo determinado:
(5) no mês primeiro, aos catorze do mês, no crepúsculo da tarde, é a Páscoa do SENHOR.
A Festa dos Pães Ázimos
(6) E aos quinze dias deste mês é a Festa dos Pães Asmos do SENHOR; sete dias comereis pães asmos.
(7) No primeiro dia, tereis santa convocação; nenhuma obra servil fareis;
(8) mas sete dias oferecereis oferta queimada ao SENHOR; ao sétimo dia, haverá santa convocação; nenhuma obra servil fareis.
A Festa das Semanas (também chamada de Festa de Pentecostes)
(9) Disse mais o SENHOR a Moisés:
(10) Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando entrardes na terra, que vos dou, e segardes a sua messe, então, trareis um molho das primícias da vossa messe ao sacerdote;
(11) este moverá o molho perante o SENHOR, para que sejais aceitos;
(12) no dia imediato ao sábado, o sacerdote o moverá. No dia em que moverdes o molho, oferecereis um cordeiro sem defeito, de um ano, em holocausto ao SENHOR.
(13) A sua oferta de manjares serão duas dízimas de um efa de flor de farinha, amassada com azeite, para oferta queimada de aroma agradável ao SENHOR, e a sua libação será de vinho, a quarta parte de um him.
(14) Não comereis pão, nem trigo torrado, nem espigas verdes, até ao dia em que trouxerdes a oferta ao vosso Deus; é estatuto perpétuo por vossas gerações, em todas as vossas moradas.
(15) Contareis para vós outros desde o dia imediato ao sábado, desde o dia em que trouxerdes o molho da oferta movida; sete semanas inteiras serão.
(16) Até ao dia imediato ao sétimo sábado, contareis cinqüenta dias; então, trareis nova oferta de manjares ao SENHOR.
(17) Das vossas moradas trareis dois pães para serem movidos; de duas dízimas de um efa de farinha serão; levedados se cozerão; são primícias ao SENHOR.
(18) Com o pão oferecereis sete cordeiros sem defeito de um ano, e um novilho, e dois carneiros; holocausto serão ao SENHOR, com a sua oferta de manjares e as suas libações, por oferta queimada de aroma agradável ao SENHOR.
(19) Também oferecereis um bode, para oferta pelo pecado, e dois cordeiros de um ano, por oferta pacífica.
(20) Então, o sacerdote os moverá, com o pão das primícias, por oferta movida perante o SENHOR, com os dois cordeiros; santos serão ao SENHOR, para o uso do sacerdote.
(21) No mesmo dia, se proclamará que tereis santa convocação; nenhuma obra servil fareis; é estatuto perpétuo em todas as vossas moradas, pelas vossas gerações.
(22) Quando segardes a messe da vossa terra, não rebuscareis os cantos do vosso campo, nem colhereis as espigas caídas da vossa sega; para o pobre e para o estrangeiro as deixareis. Eu sou o SENHOR, vosso Deus.
A Festa das Trombetas
(23) Disse mais o SENHOR a Moisés:
(24) Fala aos filhos de Israel, dizendo: No mês sétimo, ao primeiro do mês, tereis descanso solene, memorial, com sonidos de trombetas, santa convocação.
(25) Nenhuma obra servil fareis, mas trareis oferta queimada ao SENHOR.
O Dia da Expiação
(26) Disse mais o SENHOR a Moisés:
(27) Mas, aos dez deste mês sétimo, será o Dia da Expiação; tereis santa convocação e afligireis a vossa alma; trareis oferta queimada ao SENHOR.
(28) Nesse mesmo dia, nenhuma obra fareis, porque é o Dia da Expiação, para fazer expiação por vós perante o SENHOR, vosso Deus.
(29) Porque toda alma que, nesse dia, se não afligir será eliminada do seu povo.
(30) Quem, nesse dia, fizer alguma obra, a esse eu destruirei do meio do seu povo.
(31) Nenhuma obra fareis; é estatuto perpétuo pelas vossas gerações, em todas as vossas moradas.
(32) Sábado de descanso solene vos será; então, afligireis a vossa alma; aos nove do mês, de uma tarde a outra tarde, celebrareis o vosso sábado.
A Festa dos Tabernáculos e o Dia do Encerramento do Ciclo Anual das Festas do Senhor
(33) Disse mais o SENHOR a Moisés:
(34) Fala aos filhos de Israel, dizendo: Aos quinze dias deste mês sétimo, será a Festa dos Tabernáculos ao SENHOR, por sete dias.
(35) Ao primeiro dia, haverá santa convocação; nenhuma obra servil fareis.
(36) Sete dias oferecereis ofertas queimadas ao SENHOR; ao dia oitavo, tereis santa convocação e oferecereis ofertas queimadas ao SENHOR; é reunião solene, nenhuma obra servil fareis.
(37) São estas as festas fixas do SENHOR, que proclamareis para santas convocações, para oferecer ao SENHOR oferta queimada, holocausto e oferta de manjares, sacrifício e libações, cada qual em seu dia próprio,
(38) além dos sábados do SENHOR, e das vossas dádivas, e de todos os vossos votos, e de todas as vossas ofertas voluntárias que dareis ao SENHOR.
(39) Porém, aos quinze dias do mês sétimo, quando tiverdes recolhido os produtos da terra, celebrareis a festa do SENHOR, por sete dias; ao primeiro dia e também ao oitavo, haverá descanso solene.
(40) No primeiro dia, tomareis para vós outros frutos de árvores formosas, ramos de palmeiras, ramos de árvores frondosas e salgueiros de ribeiras; e, por sete dias, vos alegrareis perante o SENHOR, vosso Deus.
(41) Celebrareis esta como festa ao SENHOR, por sete dias cada ano; é estatuto perpétuo pelas vossas gerações; no mês sétimo, a celebrareis.
(42) Sete dias habitareis em tendas de ramos; todos os naturais de Israel habitarão em tendas,
(43) para que saibam as vossas gerações que eu fiz habitar os filhos de Israel em tendas, quando os tirei da terra do Egito. Eu sou o SENHOR, vosso Deus.
(44) Assim, declarou Moisés as festas fixas do SENHOR aos filhos de Israel.
A “santa convocação“, que aparece muitas vezes nesse texto, refere-se ao que é comumente chamado de culto público. Também é chamada de “reunião solene” (v. 36). Outras partes do Pentateuco também falam sobre essas festas (cf. Êxodo 12-12, 16; Números 28-29). No livro de Números, lemos também sobre a lua nova, que marcava o início de cada mês:
NÚMEROS 28
(11) E nos princípios dos vossos meses oferecereis, em holocausto ao SENHOR, dois novilhos e um carneiro, sete cordeiros de um ano, sem defeito;
(12) E três décimas de flor de farinha misturada com azeite, em oferta de alimentos, para um novilho; e duas décimas de flor de farinha misturada com azeite, em oferta de alimentos, para um carneiro.
(13) E uma décima de flor de farinha misturada com azeite em oferta de alimentos, para um cordeiro; holocausto é de cheiro suave, oferta queimada ao SENHOR.
(14) E as suas libações serão a metade de um him de vinho para um novilho, e a terça parte de um him para um carneiro, e a quarta parte de um him para um cordeiro; este é o holocausto da lua nova de cada mês, segundo os meses do ano.
(15) Também um bode para expiação do pecado ao SENHOR, além do holocausto contínuo, com a sua libação se oferecerá.
Nos livros históricos e também nos livros proféticos do Velho Testamento, esses dias santos são frequentemente mencionados juntos:
1 CRÔNICAS 23
(27) Porque, segundo as últimas palavras de Davi, foram contados os filhos de Levi de vinte anos para cima.
(28) O cargo deles era assistir os filhos de Arão no ministério da Casa do SENHOR, nos átrios e nas câmaras, na purificação de todas as coisas sagradas e na obra do ministério da Casa de Deus,
(29) a saber, os pães da proposição, a flor de farinha para a oferta de manjares, os coscorões asmos, as assadeiras, o tostado e toda sorte de peso e medida.
(30) Deviam estar presentes todas as manhãs para renderem graças ao SENHOR e o louvarem; e da mesma sorte, à tarde;
(31) e para cada oferecimento dos holocaustos do SENHOR, nos sábados, nas Festas da Lua Nova e nas festas fixas, perante o SENHOR, segundo o número determinado;
(32) e para que tivessem a seu cargo a tenda da congregação e o santuário e atendessem aos filhos de Arão, seus irmãos, no ministério da Casa do SENHOR.
2 CRÔNICAS 2
(3) Salomão mandou dizer a Hirão, rei de Tiro: Como procedeste para com Davi, meu pai, e lhe mandaste cedros, para edificar a casa em que morasse, assim também procede comigo.
(4) Eis que estou para edificar a casa ao nome do SENHOR, meu Deus, e lha consagrar, para queimar perante ele incenso aromático, e lhe apresentar o pão contínuo da proposição e os holocaustos da manhã e da tarde, nos sábados, nas Festas da Lua Nova e nas festividades do SENHOR, nosso Deus; o que é obrigação perpétua para Israel.
2 CRÔNICAS 8
(12) Então, Salomão ofereceu holocaustos ao SENHOR, sobre o altar que tinha edificado ao SENHOR diante do pórtico;
(13) e isto segundo o dever de cada dia, conforme o preceito de Moisés, nos sábados, nas Festas da Lua Nova, e nas festas fixas, três vezes no ano: na Festa dos Pães Asmos, na Festa das Semanas e na Festa dos Tabernáculos.
2 CRÔNICAS 31
(2) Estabeleceu Ezequias os turnos dos sacerdotes e dos levitas, turno após turno, segundo o seu mister: os sacerdotes e levitas, para o holocausto e para as ofertas pacíficas, para ministrarem e cantarem, portas a dentro, nos arraiais do SENHOR.
(3) A contribuição que fazia o rei da sua própria fazenda era destinada para os holocaustos, para os da manhã e os da tarde e para os holocaustos dos sábados, das Festas da Lua Nova e das festas fixas, como está escrito na Lei do SENHOR.
NEEMIAS 10
(32) Também sobre nós pusemos preceitos, impondo-nos cada ano a terça parte de um siclo para o serviço da casa do nosso Deus,
(33) e para os pães da proposição, e para a contínua oferta de manjares, e para o contínuo holocausto dos sábados e das Festas da Lua Nova, e para as festas fixas, e para as coisas sagradas, e para as ofertas pelo pecado, e para fazer expiação por Israel, e para toda a obra da casa do nosso Deus.
(34) Nós, os sacerdotes, os levitas e o povo deitamos sortes acerca da oferta da lenha que se havia de trazer à casa do nosso Deus, segundo as nossas famílias, a tempos determinados, de ano em ano, para se queimar sobre o altar do SENHOR, nosso Deus, como está escrito na Lei.
ISAÍAS 1
(13) Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação, e também as Festas da Lua Nova, os sábados, e a convocação das congregações; não posso suportar iniquidade associada ao ajuntamento solene.
(14) As vossas Festas da Lua Nova e as vossas solenidades, a minha alma as aborrece; já me são pesadas; estou cansado de as sofrer.
EZEQUIEL 44
(23) A meu povo ensinarão a distinguir entre o santo e o profano e o farão discernir entre o imundo e o limpo.
(24) Quando houver contenda, eles assistirão a ela para a julgarem; pelo meu direito julgarão; as minhas leis e os meus estatutos em todas as festas fixas guardarão e santificarão os meus sábados.
EZEQUIEL 45
(16) Todo o povo da terra fará contribuição, para esta oferta, ao príncipe em Israel.
(17) Estarão a cargo do príncipe os holocaustos, e as ofertas de manjares, e as libações, nas Festas da Lua Nova e nos sábados, em todas as festas fixas da casa de Israel; ele mesmo proverá a oferta pelo pecado, e a oferta de manjares, e o holocausto, e os sacrifícios pacíficos, para fazer expiação pela casa de Israel.
EZEQUIEL 46
(3) O povo da terra adorará na entrada da mesma porta, nos sábados e nas Festas da Lua Nova, diante do SENHOR.
OSEIAS 2
(11) E farei cessar todo o seu gozo, as suas festas, as suas luas novas, e os seus sábados, e todas as suas festividades.
A AB-ROGAÇÃO DOS DIAS SANTOS DO VELHO TESTAMENTO
O apóstolo Paulo ensinou que, sob a nova aliança, foram ab-rogados todos esses dias que eram guardados pelo povo de Deus sob a aliança mosaica:
COLOSSENSES 2
(16) Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados,
(17) porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo.
Quando Paulo fala sobre o “dia de festa“, sobre a “lua nova” e sobre os “sábados“, ele está se expressando de maneira idêntica ao que vemos nos livros históricos e proféticos do Velho Testamento. Claramente, ele está falando sobre a mesma coisa – sobre os dias santificados por Deus em Êxodo 12-12,16, Levítico 23 e Números 28-29. Quando ele fala sobre a “comida e bebida“, ele está falando dos alimentos e das ofertas sagradas que faziam parte das celebrações. Exemplos: “E aos quinze dias deste mês é a festa dos pães ázimos do SENHOR; sete dias comereis pães ázimos” (Levítico 23:6). “Com um cordeiro a décima parte de flor de farinha, misturada com a quarta parte de um him de azeite batido, e para libação a quarta parte de um him de vinho” (Êxodo 29:40). Uma libação era uma oferta de bebida.
No verso 16, ele diz que os cristãos que viviam sob a nova aliança não poderiam ser julgados por não guardar esses dias específicos, incluindo o dia que era guardado semanalmente pelos judeus como sábado. No verso 17, ele dá o motivo: “porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo“. Essa palavra, “sombra“, também é utilizada na epístola aos Hebreus para se referir às ordenanças temporárias do Velho Testamento que foram ab-rogadas sob a nova aliança.
A SOMBRA DA LEI
HEBREUS 10
(1) Porque tendo a lei a sombra dos bens futuros, e não a imagem exata das coisas, nunca, pelos mesmos sacrifícios que continuamente se oferecem cada ano, pode aperfeiçoar os que a eles se chegam.
(2) Doutra maneira, teriam deixado de se oferecer, porque, purificados uma vez os ministrantes, nunca mais teriam consciência de pecado.
(3) Nesses sacrifícios, porém, cada ano se faz comemoração dos pecados,
(4) Porque é impossível que o sangue dos touros e dos bodes tire os pecados.
(5) Por isso, entrando no mundo, diz: Sacrifício e oferta não quiseste, mas corpo me preparaste;
(6) Holocaustos e oblações pelo pecado não te agradaram.
(7) Então disse: Eis aqui venho (No princípio do livro está escrito de mim), para fazer, ó Deus, a tua vontade.
(8) Como acima diz: Sacrifício e oferta, e holocaustos e oblações pelo pecado não quiseste, nem te agradaram (os quais se oferecem segundo a lei).
(9) Então disse: Eis aqui venho, para fazer, ó Deus, a tua vontade. Tira o primeiro, para estabelecer o segundo.
(10) Na qual vontade temos sido santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez.
(11) E assim todo o sacerdote aparece cada dia, ministrando e oferecendo muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca podem tirar os pecados;
(12) Mas este, havendo oferecido para sempre um único sacrifício pelos pecados, está assentado à destra de Deus,
(13) Daqui em diante esperando até que os seus inimigos sejam postos por escabelo de seus pés.
(14) Porque com uma só oblação aperfeiçoou para sempre os que são santificados.
Aqui o texto descreve os sacrifícios do Velho Testamento como ordenanças temporárias que deveriam vigorar somente até a morte de Cristo. No verso 1, é dito que esses sacrifícios eram “sombra dos bens futuros”, que é a mesma expressão que Paulo utiliza em Colossenses 2:17: “porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo”. Portanto, a “sombra” da Lei eram as ordenanças tipológicas – de caráter simbólico – e de duração temporária, que deveriam vigorar somente até a vinda de Cristo, até que a nova aliança fosse estabelecida.
É importante observar também que ele não diz que a lei era uma sombra, mas que a lei tem sombra: “Porque tendo a lei a sombra dos bens futuros…” (Hebreus 10:1). Ou seja, ele distingue entre as ordenanças típicas e temporárias da lei – como o santuário terrestre, o sacerdócio levítico e os sacrifícios de animais – e as leis morais perpétuas, como “não matarás” e “não adulterarás“. O que Hebreus 10:1 chama de “sombra” é chamado de “parábola” no capítulo anterior:
HEBREUS 9
(1) Ora, a primeira aliança também tinha preceitos de serviço sagrado e o seu santuário terrestre.
(2) Com efeito, foi preparado o tabernáculo, cuja parte anterior, onde estavam o candeeiro, e a mesa, e a exposição dos pães, se chama o Santo Lugar;
(3) por trás do segundo véu, se encontrava o tabernáculo que se chama o Santo dos Santos,
(4) ao qual pertencia um altar de ouro para o incenso e a arca da aliança totalmente coberta de ouro, na qual estava uma urna de ouro contendo o maná, o bordão de Arão, que floresceu, e as tábuas da aliança;
(5) e sobre ela, os querubins de glória, que, com a sua sombra, cobriam o propiciatório. Dessas coisas, todavia, não falaremos, agora, pormenorizadamente.
(6) Ora, depois de tudo isto assim preparado, continuamente entram no primeiro tabernáculo os sacerdotes, para realizar os serviços sagrados;
(7) mas, no segundo, o sumo sacerdote, ele sozinho, uma vez por ano, não sem sangue, que oferece por si e pelos pecados de ignorância do povo,
(8) querendo com isto dar a entender o Espírito Santo que ainda o caminho do Santo Lugar não se manifestou, enquanto o primeiro tabernáculo continua erguido.
(9) É isto uma parábola para a época presente; e, segundo esta, se oferecem tanto dons como sacrifícios, embora estes, no tocante à consciência, sejam ineficazes para aperfeiçoar aquele que presta culto,
(10) os quais não passam de ordenanças da carne, baseadas somente em comidas, e bebidas, e diversas abluções, impostas até ao tempo oportuno de reforma.
(11) Quando, porém, veio Cristo como sumo sacerdote dos bens já realizados, mediante o maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, quer dizer, não desta criação,
(12) não por meio de sangue de bodes e de bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção.
(13) Portanto, se o sangue de bodes e de touros e a cinza de uma novilha, aspergidos sobre os contaminados, os santificam, quanto à purificação da carne,
(14) muito mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas, para servirmos ao Deus vivo!
(15) Por isso mesmo, ele é o Mediador da nova aliança, a fim de que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia sob a primeira aliança, recebam a promessa da eterna herança aqueles que têm sido chamados.
(16) Porque, onde há testamento, é necessário que intervenha a morte do testador;
(17) pois um testamento só é confirmado no caso de mortos; visto que de maneira nenhuma tem força de lei enquanto vive o testador.
(18) Pelo que nem a primeira aliança foi sancionada sem sangue;
(19) porque, havendo Moisés proclamado todos os mandamentos segundo a lei a todo o povo, tomou o sangue dos bezerros e dos bodes, com água, e lã tinta de escarlate, e hissopo e aspergiu não só o próprio livro, como também sobre todo o povo,
(20) dizendo: Este é o sangue da aliança, a qual Deus prescreveu para vós outros.
(21) Igualmente também aspergiu com sangue o tabernáculo e todos os utensílios do serviço sagrado.
No verso 16, é dito que essa “sombra” e “parábola” deveria vigorar somente “até ao tempo oportuno de reforma“, que foi quando “veio Cristo” (v. 17). Contudo, a nova aliança (v. 15), que é o mesmo que “novo testamento”, só foi instituída mediante a morte de Cristo, quando ele “a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus” (v. 14), pois “onde há testamento, é necessário que intervenha a morte do testador” (v. 16). Sendo assim, as ordenanças tipológicas temporárias do Velho Testamento, que eram “sombra” (Hebreus 10:1) e “parábola” (Hebreus 9:9) só deixaram de ser obrigatórias mediante a morte de Cristo.
Quando isso é compreendido, as palavras de Paulo em Colossenses 2:16-17 se tornam muito claras:
COLOSSENSES 2
(16) Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados,
(17) porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo.
Se as coisas que ele lista no verso 16 eram “sombra das coisas que haviam de vir” (v. 17), então tais coisas eram ordenanças tipológicas temporárias que deveriam vigorar somente até a vinda de Cristo para estabelecer uma nova aliança. É por isso que, no verso anterior, ele diz que os cristãos não deveriam ser julgados por não guardar mais essas coisas. Ele disse isso logo depois de falar sobre a morte de Cristo na cruz (v. 14). Como a carta aos Hebreus ensina, a nova aliança só foi instituída mediante a morte de Cristo. Isso significa que, antes da morte de Cristo, as ordenanças tipológicas do verso 16 ainda continuavam a vigorar. Depois da morte de Cristo, elas deixaram de vigorar e, por isso, os cristãos não podem ser julgados por não observar mais essas coisas.
OS SÁBADOS DE COLOSSENSES 2:16 NÃO ERAM OS SÁBADOS SEMANAIS?
Alguns argumentam que quando Paulo diz, “sábados” (Colossenses 2:16), ele não estava falando sobre o dia específico da semana que deveria ser guardado pelos judeus. Como já demonstramos em outro artigo, é verdade que a palavra “sábado” não é utilizada na Bíblia somente para se referir a um dia específico da semana. Contudo, quando levamos em consideração que, em Colossenses 2:16, ele está se expressando de maneira idêntica ao que vemos nos livros históricos e proféticos do Velho Testamento, fica claro que ele estava sim falando sobre sábado semanal. Quando os livros históricos e proféticos falam sobre os sábados e sobre as demais solenidades e dias de festa, estão falando sobre o que estava “escrito na Lei do SENHOR” (2 Crônicas 31:3). Quando lemos o que a Lei do Senhor dizia sobre essas datas em Levítico 23 e Números 28-29, não há dúvidas de que os textos estão falando dos sábados semanais. Quando comparamos, por exemplo, 2 Crônicas 31:2-3 com Números 28-29, isso é muito evidente:
2 CRÔNICAS 31
(2) Estabeleceu Ezequias os turnos dos sacerdotes e dos levitas, turno após turno, segundo o seu mister: os sacerdotes e levitas, para o holocausto e para as ofertas pacíficas, para ministrarem e cantarem, portas a dentro, nos arraiais do SENHOR.
(3) A contribuição que fazia o rei da sua própria fazenda era destinada para os holocaustos, para os da manhã e os da tarde e para os holocaustos dos sábados, das Festas da Lua Nova e das festas fixas, como está escrito na Lei do SENHOR.
Números 28:3-8 fala sobre os holocaustos “da manhã” e “da tarde” (2 Crônicas 23:3).
Números 28:9-10 fala sobre “os holocaustos dos sábados” (2 Crônicas 23:3).
Números 28:11-15 fala sobre “os holocaustos… das Festas da Lua Nova” (2 Crônicas 23:3).
E Números 28:16 a 29:40 fala sobre “os holocaustos” das demais “festas fixas, como está escrito na Lei do Senhor” (2 Crônicas 23:3).
Sendo assim, quando Paulo diz que os “sábados” (Colossenses 2:16) faziam parte da “sombra” (v. 17), não há dúvidas de que ele estava se referindo ao dia específico que deveria ser guardado semanalmente pelos judeus, que era o dia de Números 28:9-10.
FALSOS MESTRES ENSINAM A GUARDAR OS DIAS SANTOS DO VELHO TESTAMENTO
A epístola aos Gálatas foi escrita pelo apóstolo Paulo para falar sobre a relação entre três alianças bíblicas principais: a aliança abraâmica, a aliança mosaica e a nova aliança. Nessa carta, o apóstolo Paulo explicou que, sob a nova aliança, os cristãos estão proibidos de guardar as ordenanças tipológicas do Velho Testamento, como a ordenança da circuncisão (Gálatas 5:1-3), pois eram ordenanças temporárias que deveriam vigorar somente até a morte de Cristo. Segundo o apóstolo, aqueles que se apresentavam como mestres e ensinavam que que essas ordenanças continuavam tendo que ser observadas pelos cristãos deveriam ser reconhecidos pela Igreja como falsos mestres (Gálatas 1:18, 5:10,12). Além da ordenança da circuncisão, esses falsos mestres, que se diziam mestres cristãos, ensinavam que a Igreja continuava tendo a obrigação de guardar os dias santos do Velho Testamento:
GÁLATAS 4
(1) Digo, pois, que, durante o tempo em que o herdeiro é menor, em nada difere de escravo, posto que é ele senhor de tudo.
(2) Mas está sob tutores e curadores até ao tempo predeterminado pelo pai.
(3) Assim, também nós, quando éramos menores, estávamos servilmente sujeitos aos rudimentos do mundo;
(4) vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei,
(5) para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos.
(6) E, porque vós sois filhos, enviou Deus ao nosso coração o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai!
(7) De sorte que já não és escravo, porém filho; e, sendo filho, também herdeiro por Deus.
(8) Outrora, porém, não conhecendo a Deus, servíeis a deuses que, por natureza, não o são;
(9) mas agora que conheceis a Deus ou, antes, sendo conhecidos por Deus, como estais voltando, outra vez, aos rudimentos fracos e pobres, aos quais, de novo, quereis ainda escravizar-vos?
(10) Guardais dias, e meses, e tempos, e anos.
(11) Receio de vós tenha eu trabalhado em vão para convosco.
No verso 10, o apóstolo Paulo critica os gálatas pelos dias, meses, tempos e anos que eles queriam guardar. Considerando que, no contexto de toda a carta, Paulo estava refutando os falsos mestres que ensinavam que os cristãos deveriam guardar as ordenanças tipológicas do Velho Testamento, é evidente que Paulo está falando especificamente sobre os dias, meses, tempos e anos que eram guardados sob a aliança mosaica. Além dos dias santos de Levítico 23 e Números 28-29, que já mencionamos, o povo de Deus também tinha que guardar outros períodos de tempo, como o ano sabático (Levítico 25:17) e o ano do jubileu (Levítico 25:8-22).
Considerando que o apóstolo Paulo explicitamente atribui esse tipo de ensino a falsos mestres (Gálatas 1:18, 5:10,12), não podemos subestimar a gravidade do erro daqueles que, nos dias de hoje, defendem a guarda desses dias. Paulo não tratou essa posição como um pequeno erro trivial. Ele disse que aqueles que ensinavam esse tipo de coisa deveriam ser reconhecidos como falsos mestres.
PAULO ENSINOU QUE CADA CRISTÃO TEM O DIREITO DE ESCOLHER O DIA QUE QUER GUARDAR?
Com base em uma leitura equivocada de Romanos 14, alguns defendem que o apóstolo Paulo ensinava que cada cristão tem o direito de escolher o dia que quer guardar. Mas não é isso o que ele ensinou. Paulo não era um relativista. Ele não defendia que qualquer posição que uma pessoa defendesse seria igualmente verdadeira. Pelo contrário, ele diz que aqueles que não entendiam a posição verdadeira eram “fracos“. Como já explicamos em outro estudo, a intenção de Paulo não era dizer que se alguém guardasse os dias do Velho Testamento, não havia problema nenhum, mas era dizer que a igreja deveria ser tolerante e paciente com os judeus que tinham acabado de se converter do Judaísmo e ainda não tinham sido bem instruídos sobre as diferenças entre a aliança mosaica e a nova aliança. Mas uma coisa é um novo convertido com pouca instrução ou um humilde irmão mal instruído. Outra é um falso mestre. Como Paulo disse aos Gálatas, se uma pessoa se apresenta como um mestre e ensina essas coisas, ela não deve ser tolerada (Gálatas 1:18, 5:10,12).
Por isso, Romanos 14 não serve de base para justificar que organizações como a dos Adventistas do Sétimo Dia, mesmo estando erradas, devem ser toleradas como autênticas igrejas cristãos. A posição oficial de qualquer denominação é a posição de pessoas que se apresentam como mestres, não é a posição de meros novos convertidos que ainda não foram bem instruídos. No caso da Ellen Gould White, ela se apresentava como uma profetisa. Portanto, ela deve ser reconhecida como uma falsa profetisa, não como uma autêntica irmã em Cristo.
O ENSINO DE PAULO É O ENSINO DOS DOZE APÓSTOLOS
O que Paulo defende nas cartas aos Romanos, aos Colossenses, aos Gálatas e aos Hebreus não era defendido somente pelo apóstolo Paulo. Era defendido por todos os apóstolos. Na primeira epístola de Paulo aos Coríntios, aprendemos que um dos principais erros que existiam nas igrejas em Corinto era a ideia de que os apóstolos ensinavam coisas diferentes:
1 CORÍNTIOS 1
(11) Pois a vosso respeito, meus irmãos, fui informado, pelos da casa de Cloe, de que há contendas entre vós.
(12) Refiro-me ao fato de cada um de vós dizer: Eu sou de Paulo, e eu, de Apolo, e eu, de Cefas, e eu, de Cristo.
Contudo, esse entendimento estava errado. Por quê? Porque tudo o que os apóstolos ensinavam, eles aprenderam com o próprio Cristo. A doutrina de Cristo é a doutrina que ele recebeu do Pai:
“Jesus lhes respondeu, e disse: A minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou.” (João 7:16)
“Porque eu não tenho falado de mim mesmo; mas o Pai, que me enviou, ele me deu mandamento sobre o que hei de dizer e sobre o que hei de falar.” (João 12:49)
A doutrina que Cristo recebeu do Pai, ele transmitiu aos apóstolos:
“Eu lhes tenho transmitido as palavras que me deste, e eles as receberam, e verdadeiramente conheceram que saí de ti, e creram que tu me enviaste… Eu lhes tenho dado a tua palavra, e o mundo os odiou, porque eles não são do mundo, como também eu não sou.” (João 17:8,14)
Os apóstolos, por sua vez, foram comissionados por Cristo para transmitir a doutrina de Cristo à Igreja:
“Seguiram os onze discípulos para a Galileia, para o monte que Jesus lhes designara. E, quando o viram, o adoraram; mas alguns duvidaram. Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado.” (Mateus 28:16-20)
Como os próprios apóstolos disseram:
“Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei.” (1 Coríntios 11:23)
“As coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor” (1 Coríntios 14:37).
“Vós bem sabeis que mandamentos vos temos dado pelo Senhor Jesus.” (1 Tessalonicenses 4:2)
“O que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos.” (1 João 1:3)
Ora, se Cristo nunca ensinou nada que ele não recebeu do Pai e se os apóstolos não tinham autoridade para ensinar nada que eles não receberam de Cristo, como alguns poderiam dizer “eu sou de Paulo, e eu, de Apolo, e eu, de Cefas [Pedro]” (1 Coríntios 1:12)? Se a doutrina dos apóstolos era a doutrina que eles receberam de Cristo, não poderia haver diferença entre o que Paulo e Pedro ensinavam. Se Paulo e Pedro ensinavam a mesma doutrina, os coríntios pecavam quando falavam como se os próprios apóstolos tivessem dado origem a diferentes linhas teológicas. “Acaso, Cristo está dividido?” (1 Coríntios 1:13). Não, não está. Portanto, “seja eu [Paulo] ou sejam eles [os doze apóstolos], assim pregamos e assim crestes” (1 Coríntios 15:11). Há uma só fé apostólica, um único sistema de doutrinas revelado aos apóstolos por Jesus Cristo. Portanto, o que Paulo ensinou nas epístolas aos Romanos, aos Colossenses, aos Gálatas e aos Hebreus era o mesmo que os doze apóstolos ensinavam e era o mesmo que Cristo ensinou: “E tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor; como também o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada; falando disto, como em todas as suas epístolas…” (2 Pedro 3:15-16).
POR QUE JESUS GUARDAVA OS DIAS SANTOS DO VELHO TESTAMENTO?
Os quatro Evangelhos mostram que Jesus guardava todos os dias santos ordenados por Deus no Velho Testamento, incluindo o sábado semanal (Lucas 4:16), a festa da páscoa (Mateus 26:17-19; Lucas 2:41) e a festa dos tabernáculos (João 7:2,10). Aqui é importante lembrar que a guarda dessas festas incluía não somente a obrigação de descansar, mas também a obrigação de ir ao culto público. “Fala aos filhos de Israel, dizendo: Aos quinze dias deste mês sétimo será a festa dos tabernáculos ao SENHOR por sete dias. Ao primeiro dia haverá santa convocação; nenhum trabalho servil fareis” (Levítico 23:34-35). “Seis dias trabalho se fará, mas o sétimo dia será o sábado do descanso, santa convocação; nenhum trabalho fareis; sábado do SENHOR é em todas as vossas habitações” (Levítico 23:3). É por isso que Jesus frequentava a sinagoga aos sábados: “E, chegando a Nazaré, onde fora criado, entrou num dia de sábado, segundo o seu costume, na sinagoga, e levantou-se para ler” (Lucas 4:16). A sinagoga era o culto público, a santa convocação de Levítico 23.
Jesus guardava os dias do Velho Testamento porque, como já demonstramos, a nova aliança só foi instituída mediante a sua morte. Como a nova aliança só foi instituída mediante a sua morte, ela deveria ser guardada até a sua morte, mas não depois de sua ressurreição e ascensão. “E por isso é Mediador de um novo testamento, para que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia debaixo do primeiro testamento, os chamados recebam a promessa da herança eterna. Porque onde há testamento, é necessário que intervenha a morte do testador. Porque um testamento tem força onde houve morte; ou terá ele algum valor enquanto o testador vive?” (Hebreus 9:16-17) Por isso, aos Colossenses, Paulo falou sobre a ab-rogação dos dias santos do Velho Testamento depois de falar sobre a morte de Jesus:
COLOSSENSES 2
(14) Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz.
(15) E, despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo.
(16) Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados,
(17) Que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo.
Aqui o apóstolo Paulo explica que os dias santos do Velho Testamento (v. 16), que eram “sombras das coisas futuras” (v. 17) foram ab-rogados depois da cruz (v. 14). Isso explica porque, antes da cruz, o Senhor Jesus ainda guardava os dias santos do Velho Testamento, bem como todas as outras ordenanças tipológicas dadas por Moisés, como a circuncisão (Lucas 1:59) e os sacrifícios de animais (Mateus 8:4; Lucas 22:15).
A EVIDÊNCIA DO LIVRO DE ATOS
O livro de Atos confirma que os dias santos do Velho Testamento foram ab-rogados mediante a morte de Cristo, pois, em todo o livro, não há nenhuma evidência que a guarda desses dias continuava a ser obrigatório. Sempre que o livro de Atos fala sobre o sábado ou sobre a sinagoga, que era a santa convocação do sábado (Levítico 23:3), nunca é dito que os apóstolos frequentavam a sinagoga nesse dia. É dito somente que eles ocasionalmente iam até a sinagoga para evangelizar os judeus que lá estavam (Atos 13:14-15; 14:1; 17:1,10,17; 18:4; 19:8). Os apóstolos pregavam em qualquer lugar em que houvesse ajuntamento de pessoas: no templo de Jerusalém (Atos 3:), nas sinagogas, nas escolas (Atos 19:9) e até no Areópago de Atenas (Atos 17:19). Ou seja, eles iam até a sinagoga pregar porque havia um grande ajuntamento de pessoas na sinagoga, não porque esse era o dia da santa convocação (culto público) da igreja. Pelo mesmo motivo, Paulo queria chegar em Jerusalém a tempo da Festa das Semanas (Atos 20:16). Não era porque ele celebrava a festa (Colossenses 2:16-17; Gálatas 4:10). Era para pregar para a grande quantidade de pessoas que estaria lá.
A SANTA CONVOCAÇÃO DO PRIMEIRO DIA DA SEMANA
Os dias santos do Velho Testamento (Levítico 23; Números 28-29) foram todos ab-rogados sob a nova aliança (Colossenses 2:16-17; Gálatas 4:10). Contudo, isso não significa que o povo de Deus não tenha mais nenhum dia especial. Diversas passagens do Novo Testamento deixam claro que continua a existir uma santa convocação para o povo de Deus. Ou seja, o povo de Deus continua tendo a obrigação de se reunir regularmente para cultuar a Deus. Na epístola aos Hebreus, depois de explicar que as sombras da lei foram ab-rogadas (Hebreus 10:1), o apóstolo enfatizou que o povo de Deus continuava tendo a obrigação de congregar: “Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns” (Hebreus 10:25). Em sua epístola, Tiago também falou sobre a santa convocação dos cristãos: “Meus irmãos, não tenhais a fé de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória, em acepção de pessoas. Porque, se no vosso ajuntamento entrar algum homem com anel de ouro no dedo, com trajes preciosos, e entrar também algum pobre com sórdido traje, E atentardes para o que traz o traje precioso, e lhe disserdes: Assenta-te tu aqui num lugar de honra, e disserdes ao pobre: Tu, fica aí em pé, ou assenta-te abaixo do meu estrado, Porventura não fizestes distinção entre vós mesmos, e não vos fizestes juízes de maus pensamentos?” (Tiago 2:1-4) O apóstolo Paulo também falou sobre essa santa convocação: “quando vos ajuntais na igreja” (1 Coríntios 11:18), “quando vos ajuntais num lugar” (v. 20), “quando vos ajuntais” (v. 33), “Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais” (14:26). Ora, se continua a existir um ajuntamento do povo de Deus para adorar ao Senhor e se esse ajuntamento não acontecia nos mesmos dias do Velho Testamento(Colossenses 2:16-17; Gálatas 4:10), então ele acontecia em outros dias. Qual dia? A cada primeiro dia da semana:
1 CORÍNTIOS 16
(1) Ora, quanto à coleta que se faz para os santos, fazei vós também o mesmo que ordenei às igrejas da Galácia.
(2) No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade, para que não se façam as coletas quando eu chegar.
(3) E, quando tiver chegado, mandarei os que por cartas aprovardes, para levar a vossa dádiva a Jerusalém.
Enquanto 1 Coríntios 11:18,20,33 e 14:26 deixam claro que a igreja tinha a obrigação de se reunir com regularidade, 1 Coríntios 16:1-3 deixa claro que essa reunião acontecia a cada primeiro dia da semana. Falando sobre a coleta que os coríntios deveriam fazer pelos pobres de Jerusalém (Romanos 15:25-26; 2 Coríntios 8:1-9:15), Paulo diz que eles não deveriam esperar ele chegar para juntar as doações. Eles deveriam ir juntando as doações antes de ele chegar. Quando eles deveriam fazer isso? Todo primeiro dia da semana. Isso mostra que o primeiro dia da semana era o dia da santa convocação da igreja – o dia em que a igreja se reunia. Se esse não fosse o dia fixo do culto da igreja, não faria sentido Paulo mencionar especificamente esse dia como o dia em que todos eles deveriam levar suas doações a cada semana. E o verso 1 prova que esse não era o dia da reunião somente das igrejas em Corinto: “fazei vós também o mesmo que ordenei às igrejas da Galácia“.
No livro de Atos, não há nenhum exemplo de santa convocação acontecendo em qualquer um dos dias determinados por Levítico 23 e Números 28-29. Contudo, há exemplo da santa convocação acontecendo no mesmo dia de 1 Coríntios 16:1-3, no primeiro dia da semana:
“E no primeiro dia da semana, ajuntando-se os discípulos para partir o pão, Paulo, que havia de partir no dia seguinte, falava com eles; e prolongou a prática até à meia-noite.” (Atos 20:7)
A expressão “partir o pão” refere-se à ceia do Senhor:
“E, quando comiam, Jesus tomou o pão, e abençoando-o, o partiu, e o deu aos discípulos, e disse: Tomai, comei, isto é o meu corpo. E, tomando o cálice, e dando graças, deu-lho, dizendo: Bebei dele todos; Porque isto é o meu sangue; o sangue do novo testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados.” (Mateus 26:26-28)
“E, comendo eles, tomou Jesus pão e, abençoando-o, o partiu e deu-lho, e disse: Tomai, comei, isto é o meu corpo. E, tomando o cálice, e dando graças, deu-lho; e todos beberam dele. E disse-lhes: Isto é o meu sangue, o sangue do novo testamento, que por muitos é derramado.” (Marcos 14:22-24)
“E, tomando o pão, e havendo dado graças, partiu-o, e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que por vós é dado; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente, tomou o cálice, depois da ceia, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue, que é derramado por vós.” (Lucas 22:19-20)
“Porventura o cálice de bênção, que abençoamos, não é a comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos não é porventura a comunhão do corpo de Cristo?” (1 Coríntios 10:16)
1 Coríntios 11:33 mostra que a Ceia do Senhor acontecia na santa convocação da igreja: “Portanto, meus irmãos, quando vos ajuntais para comer, esperai uns pelos outros”. Atos 20:7, então, mostra que, na igreja de Trôade, eles faziam o mesmo: “E no primeiro dia da semana, ajuntando-se os discípulos para partir o pão“, isto é, para celebrar a ceia do Senhor.
Ainda sobre Atos 20:7, é importante notar também que o verso anterior – o verso 6 – diz que, antes desse culto acontecer, eles estavam em Trôade há sete dias. Se eles estavam em Trôade há sete dias, mas só se reuniram como igreja no primeiro dia da semana, isso também evidencia que o sábado mosaico já havia sido ab-rogado. Se o sábado mosaico ainda vigorasse, eles teriam que se reunir no dia anterior, como está escrito em Levítico 23:3, não no primeiro dia da semana.
MANDAMENTO, NÃO MERO COSTUME
Nós já provamos que a santa convocação dos cristãos acontecia no primeiro dia da semana em três lugares diferentes: em Corinto (1 Coríntios 16:1-3), na Galácia (1 Coríntios 16:1) e em Trôade (Atos 20:6-7). Em relação à Galácia, uma evidência adicional é que, na epístola aos Gálatas, Paulo explicitamente criticou aqueles que queriam continuar guardando os dias santos do Velho Testamento (Gálatas 4:10). Se eles foram proibidos de guardar os dias de Levítico 23, infere-se que a santa convocação deveria acontecer em outro dia. Se acontecesse nos mesmos dias, certamente isso fortaleceria a causa dos falsos mestres. Que outro dia seria esse? 1 Coríntios 16:1 mostra que esse dia era o primeiro dia da semana: “fazei vós também o mesmo que ordenei às igrejas da Galácia“.
Alguns argumentam que eles não faziam isso por mandamento, mas por mero costume. Contudo, como nós já demonstramos também, os apóstolos não tinham autoridade para fazer qualquer coisa na Igreja sem que Cristo tivesse mandado:
ATOS 1
(1) Fiz o primeiro tratado, ó Teófilo, acerca de tudo que Jesus começou, não só a fazer, mas a ensinar,
(2) Até ao dia em que foi recebido em cima, depois de ter dado mandamentos, pelo Espírito Santo, aos apóstolos que escolhera.
Aliás, um dos maiores erros da igreja de Corinto era achar que as ordens de Paulo eram sua opinião pessoal: “Se alguém cuida ser profeta, ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor” (1 Coríntios 14:37). Os dias santos do Velho Testamento existiam por mandamento do Senhor. Os apóstolos não teriam autoridade para ab-rogar os dias do Velho Testamento, substituindo-os por um novo dia, se eles não recebessem uma ordem de Cristo para fazer isso. Defender que as igrejas se reuniam no primeiro dia da semana por mero costume e não por mandamento de Cristo é cair no erro da Igreja de Corinto que Paulo tanto criticou. Isso prova que a santa convocação no primeiro dia da semana acontecia por um mandamento de Cristo transmitido aos apóstolos, não por um costume humano.
O DIA DO SENHOR
APOCALIPSE 1
(9) Eu, João, irmão vosso e companheiro na tribulação, no reino e na perseverança, em Jesus, achei-me na ilha chamada Patmos, por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus.
(10) Achei-me em espírito, no dia do Senhor, e ouvi, por detrás de mim, grande voz, como de trombeta.
O Apóstolo João começou o Apocalipse dando diversas informações sobre as circunstâncias em que o livro foi escrito: Primeiro, ele identifica a si mesmo como o autor: “Eu, João”. Segundo, ele diz onde estava: “estava na ilha chamada Patmos”. Terceiro, ele diz o que estava fazendo lá: “por causa da palavra de Deus, e pelo testemunho de Jesus Cristo”. Quarto, ele diz quando ele recebeu os oráculos: “Eu estava no espírito no dia do Senhor”.
Mas o que significa dizer que um dia específico é do Senhor? Deus não é o dono de tudo, incluindo do tempo? Sendo assim, todos os dias não são do Senhor? João não falou sobre todos os dias. Ele falou sobre um dia específico, “o dia do Senhor”. O significado fica claro quando analisamos outras coisas que a Bíblia diz pertencer ao Senhor:
“Então falou o SENHOR a Moisés, dizendo: Santifica-me todo o primogênito, o que abrir toda a madre entre os filhos de Israel, de homens e de animais; porque meu é.” (Êxodo 13:1-2)
“E eu, eis que tenho tomado os levitas do meio dos filhos de Israel, em lugar de todo o primogênito, que abre a madre, entre os filhos de Israel; e os levitas serão meus. Porque todo o primogênito é meu; desde o dia em que tenho ferido a todo o primogênito na terra do Egito, santifiquei para mim todo o primogênito em Israel, desde o homem até ao animal: meus serão; Eu sou o SENHOR.” (Números 3:12-13)
“Também todas as dízimas do campo, da semente do campo, do fruto das árvores, são do SENHOR; santas são ao SENHOR.” (Levítico 27:30)
Em um sentido amplo, todos os homens, animais, sementes do campo e frutos das árvores pertencem a Deus, pois “do SENHOR é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam” (Salmo 24:1). Ao mesmo tempo, em um sentido mais estrito, as coisas poderiam ser santificadas a Deus, o que significa dizer que pertenceriam a ele de uma maneira especial, de uma maneira exclusiva e diferenciada das demais coisas que são comuns, que não foram consagradas. As “dízimas do campo, da semente do campo, do fruto das árvores”, por exemplo, eram “santas ao Senhor”, isto é, eram do Senhor de maneira especial e por isso o homem não poderia consumi-las ou comercializá-las da mesma maneira que faria com o restante de seus alimentos.
No Novo Testamento, o mesmo princípio aplica-se à Ceia do Senhor. A palavra “ceia” refere-se a uma refeição. Em um sentido amplo, todos os alimentos e todas as refeições pertencem ao Senhor. Mas ao identificar uma ceia específica como sendo a Ceia do Senhor, a Bíblia está dizendo que essa ceia – essa refeição – pertence a ele de maneira especial. Ou seja, a Ceia do Senhor é uma refeição sagrada. Um dos problemas da igreja de Corinto é que eles não estavam diferenciando entre a ceia do Senhor, que era uma refeição sagrada, e as refeições comuns que eles comiam em casa (cf. 1 Coríntios 11:22, 27-29). O que pertence ao Senhor de maneira especial – aquilo que é sagrado – não pode ser tratado como coisa comum. O vinho e o pão que eu bebo e como na minha casa são alimentos comuns. O vinho e o pão que como e bebo na ocasião da Ceia são do Senhor. Ou seja, são alimentos sagrados, espirituais. Como explica a Confissão de Fé de Westminster:
“Nesta ordenança o Senhor Jesus constituiu seus ministros para declarar ao povo a sua palavra de instituição, orar, abençoar os elementos, pão e vinho, e assim separá-los do comum para um uso sagrado, tomar e partir o pão, tomar o cálice dele participando também e dar ambos os elementos aos comungantes e tão somente aos que se acharem presentes na congregação”. (Confissão de Westminster 29:3)
O mesmo pode ser dito sobre o pão que era utilizado nas cerimônias cúlticas do Antigo Testamento: “E, respondendo o sacerdote a Davi, disse: Não tenho pão comum à mão; há, porém, pão sagrado” (I Samuel 21:4). Com base nesse princípio, a Bíblia exige que façamos distinção entre as coisas que são comuns e as coisas que são sagradas: “Os seus sacerdotes violentam a minha Lei, e profanam as minhas coisas santas; não fazem diferença entre o santo e o comum”. (Ezequiel 22:26)
Sendo assim, há um dia que é do Senhor (Apocalipse 1:10) no sentido de que é um dia especial, que pertence a ele de uma maneira especial, de uma maneira exclusiva e diferenciada dos demais dias. Como está escrito sobre a Festa dos Pães Ázimos:
ÊXODO 12
(41) Aconteceu que, ao cabo dos quatrocentos e trinta anos, nesse mesmo dia, todas as hostes do SENHOR saíram da terra do Egito.
(42) Esta noite se observará ao SENHOR, porque, nela, os tirou da terra do Egito; esta é a noite do SENHOR, que devem todos os filhos de Israel comemorar nas suas gerações.
Como está escrito também sobre as festas de forma geral:
LEVÍTICO 23
(4) São estas as festas fixas do SENHOR, as santas convocações, que proclamareis no seu tempo determinado:
No Novo Testamento, há um “dia do Senhor” (Apocalipse 1:10) no mesmo sentido em que no Velho Testamento havia a “noite do Senhor” (Êxodo 12:42) e as “festas fixas do Senhor” (Levítico 23:4). É um dia do Senhor no mesmo sentido em que a Ceia é “do Senhor” (1 Coríntios 11:20) e o “cálice” e a “mesa” são “do Senhor“(1 Coríntios 10:21; 11:27). Quando o apóstolo João falou sobre o “dia do Senhor” (Apocalipse 1:10), ele não poderia estar falando sobre nenhum dos dias do Velho Testamento, nem mesmo sobre o sábado semanal, pois o apóstolo João estava escrevendo muito tempo depois da morte de Cristo e todos os dias do Velho Testamento foram ab-rogados sob a nova aliança (Colossenses 2:16-17; Gálatas 4:10). Sendo assim, o apóstolo João só poderia estar falando de um novo dia, um dia instituído para a nova aliança. Não há nenhum outro dia que, sob a nova aliança, é tratado como especial, exceto o primeiro dia da semana, o dia da santa convocação da Igreja neotestamentária (Atos 20:6; 1 Coríntios 16:1-3). Sendo assim, não é suficiente que o cristão entenda que os dias do Velho Testamento foram ab-rogados e, consequentemente, que todos os dias do Velho Testamento são iguais. É necessário entender também que o primeiro dia da semana é o dia do Senhor do Novo Testamento, um dia inteiro dedicado ao Senhor.
Depois de falar sobre o dia do Senhor (Apocalipse 1:10), o apóstolo João teve uma visão envolvendo sete igrejas na Ásia (Apocalipse 1:12-3:22). Na revelação de João, os pastores das sete igrejas deveriam ler para a igreja a mensagem que a igreja recebeu de Jesus através do apóstolo João (Apocalipse 2:1,8,12,18; 3:1,7,14). Considerando que a visão diz que a mensagem para as igrejas deveria ser lida especificamente pelos pastores de cada igreja, devemos entender que tal mensagem seria transmitida no culto público.
Quando João escreve, “Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras” (Apocalipse 1:3), ele não está falando de uma leitura individual, como quando lemos a Bíblia em casa. Ele estava falando da leitura pública da Palavra de Deus na igreja. É por isso que “aquele que lê” está no singular e “os que ouvem” está no plural. Havia uma pessoa lendo, “aquele que lê” (singular), e havia muitas pessoas ouvindo a leitura, “os que ouvem” (plural). E quem faz a leitura é o anjo – mensageiro (pastor da igreja). A mensagem de Jesus para as igrejas seria lida no culto público pelo pastor da igreja. Por isso, João falou sobre o dia do Senhor. A visão de Apocalipse 1-3 é uma descrição do que acontece em todas as verdadeiras igrejas. No dia do Senhor, Jesus caminha no meio das igrejas (Apocalipse 2:1) e fala com seu povo através dos pastores, que são seus mensageiros. Ou seja, tudo o que acontece em Apocalipse 1-3 gira em torno do dia do Senhor, que era o dia da santa convocação do Novo Testamento. Não só o Apocalipse, mas os outros livros dos apóstolos também eram lidos na santa convocação:
1 TESSALONICENSES 5
(27) Pelo Senhor vos conjuro que esta epístola seja lida a todos os santos irmãos.
COLOSSENSES 4
(16) E, quando esta epístola tiver sido lida entre vós, fazei que também o seja na igreja dos laodicenses, e a que veio de Laodicéia lede-a vós também.
No Velho Testamento, as Sagradas Escrituras também eram lidas ao povo nos dias de santa convocação:
NEEMIAS 8
(1) E chegado o sétimo mês, e estando os filhos de Israel nas suas cidades, todo o povo se ajuntou como um só homem, na praça, diante da porta das águas; e disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse o livro da lei de Moisés, que o SENHOR tinha ordenado a Israel.
(2) E Esdras, o sacerdote, trouxe a lei perante a congregação, tanto de homens como de mulheres, e todos os que podiam ouvir com entendimento, no primeiro dia do sétimo mês.
(3) E leu no livro diante da praça, que está diante da porta das águas, desde a alva até ao meio dia, perante homens e mulheres, e os que podiam entender; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da lei.
ATOS 13
(26) Homens irmãos, filhos da geração de Abraão, e os que dentre vós temem a Deus, a vós vos é enviada a palavra desta salvação.
(27) Por não terem conhecido a este, os que habitavam em Jerusalém, e os seus príncipes, condenaram-no, cumprindo assim as vozes dos profetas que se lêem todos os sábados.
ATOS 15
(21) Porque Moisés, desde os tempos antigos, tem em cada cidade quem o pregue, e cada sábado é lido nas sinagogas.
POR QUE O PRIMEIRO DIA DA SEMANA É ESPECIAL?
Na Bíblia, quando Deus trata um dia como especial é porque algo importante aconteceu naquele dia. Por exemplo, os dias de Pães Ázimos eram dias especiais no Velho Testamento por causa da saída do povo de Israel do Egito. Então, se o primeiro dia da semana é o dia do Senhor, o que aconteceu de especial nesse dia? O primeiro dia da semana é especial porque é o dia da ressurreição do Senhor Jesus:
MARCOS 16
(9) E Jesus, tendo ressuscitado na manhã do primeiro dia da semana, apareceu primeiramente a Maria Madalena, da qual tinha expulsado sete demônios.
Além disso, o primeiro dia da semana foi o dia da efusão do Espírito Santo (Atos 2:1; cf. Levítico 23:16,21). A relação entre a ressurreição de Cristo e a efusão do Espírito é que o dia da efusão do Espírito marca visivelmente o início do ministério do Cristo ressurreto no Céu, tendo sido a primeira vez que a Igreja se reuniu para adorar a Deus em sua forma neotestamentária. Em outras palavras, depois que Cristo ressuscitou no primeiro dia da semana, a primeira vez que a Igreja neotestamentária se reuniu para cultuar também foi no primeiro dia da semana – no dia em que a Igreja recebeu o Espírito Santo. Desde então, o primeiro dia da semana é o dia do Senhor.
Se Deus ab-rogou os dias do Velho Testamento (Colossenses 2:16-17; Gálatas 4:10) e instituiu um novo dia, isso significa que, para Deus, é importante o dia específico que seu povo trata como especial. Se Deus não se importasse com os dias específicos que guardamos como especial, por que ele teria proibido a Igreja neotestamentária de guardar os dias santos do Velho Testamento? Por isso, a Igreja não tem liberdade para tratar qualquer dia como um dia espiritualmente significativo. Devemos guardar somente os dias designados pelo próprio Deus. Sob a nova aliança, esse dia é o primeiro dia da semana, o dia da ressurreição do Filho de Deus, o dia do Senhor!